O almirante que vai com o vento
O alegadamente firme almirante arrisca passar por quem acredita nos milagres do spin doctoring. Só que no fim, ficamos como no início: afinal o que é que pensa mesmo Gouveia e Melo?
O alegadamente firme almirante arrisca passar por quem acredita nos milagres do spin doctoring. Só que no fim, ficamos como no início: afinal o que é que pensa mesmo Gouveia e Melo?
Esta ignorância velha e arrastada é o estado a que chegámos, mas agora encontrou um escape. É preciso que a concorrência comece a saber mais qualquer coisa, ou acabamos todos cidadãos perdidos num qualquer festival de hambúrgueres
Nas tragédias, os políticos costumam optar pela comunicação e não por um verdadeiro combate à impunidade,
O filme de Francesco Rosi sobre o bandido Salvatore Giugliano mostra-nos um ato fundador da política italiana contemporânea. Mais estimulante do que seguir a política caseira destes dias.
Onde o PS falhou em dar respostas concretas, o Chega apareceu com frases feitas, culpados fáceis e soluções simples, ainda que perigosas e muitas vezes antidemocráticas.
É obcecada com a imagem, controladora das filhas, tem uma relação tensa com a sogra e um inimigo declarado, que lhe “arranjou” um amante e afirma que a irmã lhe doou óvulos.
O debate Montenegro-Santos seria o dia do juízo final. Mas este duelo ao sul acabou apenas como reiteração de posições arquiconhecidas. E o efeito dos frente a frente no voto faz-se de outras contas, nem todas conhecidas.
Aprende-se mais com Sciascia sobre a política, os dinheiros públicos, os ziguezagues da verdade e da moral do que com alguns tratados. É leitura que se recomenda aos nossos candidatos a primeiro-ministro, deputados e ministros para o dia 10 de março.
O PSOE tem cedido em todas as frentes na política de regalias e aproximação dos presos etarras ao País Basco, onde são recebidos como triunfadores. Nos últimos dias, o Governo deu luz verde à transferência de dois dos maiores assassinos da ETA.
Os novos homens da mala dão dinheiro para depois ganhar a sério, com licenças de construção, concessões de serviços, jeitinhos em concursos. São eles os artífices da moderna corrupção, mas também são segredos inconfessáveis por quem, do lado dos partidos, recebe a mala.
Não tenhamos ilusões, se não prevalecer o bom senso, a fatura italiana há de vir lá para o outono e também vamos pagá-la de alguma forma. Gozemos, portanto, o belo verão porque a nossa vida será tudo menos fácil nos tempos que estão para chegar.
Cria-se uma torrente legislativa para anunciar aos sete ventos que se vai combater isto e aquilo. Depois, o processo vai avançando a passo de caracol. E quando as leis são publicadas, em Diário da República, trazem coladas à pele o caráter provisório ou o diferimento da produção de efeitos lá para as calendas.
Isabel II salvou a família real do colapso devido aos sucessivos escândalos mas, quanto ao mais, não mexeu uma palha contra o agravamento da estratificação social e económica, a favor da igualdade.
O que incomoda os adversários das Ordens Profissionais é a sua independência e liberdade. O facto de não dependermos do erário público e não nos prestarmos ao beija-mão, faz crescer a angústia de um certo poder.
Os pânicos lançados sobre a situação sanitária nacional minam a imagem no exterior, a confiança no interior e o bem-estar geral. E não derivam de grandes conspirações contra nós, mas da incapacidade endémica do poder público, para além das discursatas e das grandes promessas.