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Zaire, o navio português que tem "fama mundial" no combate à pirataria

Navio português está há três anos em São Tomé e Príncipe, onde vigia e fiscaliza os espaços marítimos, e já foi reconhecido pela China. Ministro da Defesa elogiou a tripulação do navio patrulha.

O ministro da Defesa afirmou no sábado à noite que o navio português Zaire, que opera nas águas de São Tomé e Príncipe, tem já fama mundial no combate à pirataria, sendo elogiado por países como a China.

João Gomes Cravinho assumiu esta posição num discurso que proferiu no final de um jantar em São Tomé, perante os 26 portugueses e 18 são-tomenses da guarnição do navio patrulha, além de três membros integrados no programa de cooperação no domínio da Defesa.

"O navio Zaire está há três anos em São Tomé e Príncipe e o prestígio do vosso trabalho vai muito para além dos limites regionais. Houve um assalto a um navio chinês, vocês atuaram e Pequim manifestou grande reconhecimento", declarou o titular da pasta da Defesa, numa alusão a uma das recentes missões arriscadas deste navio.

O navio Zaire, da Marinha Portuguesa, tem como principais missões reforçar a vigilância e a fiscalização dos espaços marítimos de São Tomé e Príncipe, a segurança marítima do Golfo da Guiné e a capacitação da guarda costeira deste país de língua portuguesa.

Perante os jornalistas, o ministro da Defesa destacou a importância de ação do navio Zaire, numa conjuntura em que se assiste a um aumento da criminalidade nas águas do Golfo da Guiné.

"Cerca de 90% da pirataria a nível mundial passa-se nesta zona alargada e a presença do navio Zaire em São Tomé e Príncipe tem um efeito dissuasor muito significativo", sustentou João Gomes Cravinho.

Ainda de acordo com o ministro da Defesa, "ao longo destes três anos, o navio Zaire tem também participado em missões de formação, sendo atualmente a guarnição composta por portugueses e são-tomenses (cerca de um terço) e tem ainda contribuído para o auxílio a barcos em dificuldades no Golfo da Guiné".

"A guarnição são-tomense já está em rotação. Ora, isto significa que não são os primeiros são-tomenses a fazerem parte da guarnição. Prevê-se que, ao longo dos próximos dois ou três anos, seja possível deixar em São Tomé e Príncipe uma marca muito significativa e um incremento qualitativo elevado em termos da capacidade da guarda costeira são-tomense", declarou.

Antes do jantar, o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, almirante António Ribeiro da Silva, condecorou com a cruz de São Jorge o comandante da guarda costeira são-tomense Pedro Barros.

"Foi com muito orgulho que recebi esta condecoração. Assumi esta missão há dez meses. Nós temos um lema: A guarnição é uma e única, não há diferenças entre portugueses e são-tomenses", referiu o comandante da guarda costeira de São Tomé e Príncipe.

Para salientar a dificuldade da missão, Pedro Barros evidenciou o seguinte dado: São Tomé e Príncipe tem um mar 160 vezes maior do que a sua terra".

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