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Há sete anos, o Externato de Vila Meã (Amarante) esteve na iminência de falir. Resignada ao cenário de falência, uma antiga direção da sociedade proprietária do colégio foi destituída em eleições.
A antiga direção da Sociedade de Ensino Central Vilameanense (SECV), que gere o Externato de Vila Meã, foi alvo de um processo cível em que a nova direção pede para ser ressarcida de prejuízos alegadamente sofridos (1,30 milhões de euros). Há sete anos, o Externato com quase mil alunos e cujo lema é "A educação é a arma para mudar o mundo" esteve quase a encerrar.
A antiga direção era composta por Albino Monteiro de Magalhães (que morreu no verão de 2024) e por António Fernando Barbeitos. Foram arguidos sob suspeita de cometimento de crime(s) de infidelidade e/ou gestão danosa, mas acabaram ilibados pelo Ministério Público. São agora alvo de um processo cível.
O défice de exploração da SECV rondou, em 2017, o montante de um milhão de euros. A Administração seguinte conseguiu uma redução anual de custos estimada em perto de meio milhão de euros.
Antes de morrer, Albino de Magalhães indemnizou em 100 mil euros a entidade proprietária do colégio ao abrigo de um acordo.
Interpelado através do advogado Pinto Júnior, no final da primeira semana de Fevereiro, António Barbeitos não esclareceu a SÁBADO sobre se está disponível para outorgar com a SECV um acordo que extinga a ação cível. Contudo, a 11 de fevereiro, o advogado prometeu pronunciarem-se sobre aquele e outros assuntos até meados do mês.
Director municipal na Câmara de Penafiel, António Barbeitos foi membro da Administração (tesoureiro) da SECV e diretor pedagógico do Externato de Vila Meã.
Embora sendo funcionário da Câmara Municipal de Penafiel, Barbeitos auferia mensalmente 4.550 euros (ilíquidos) na sociedade anónima proprietária do colégio.
A atual administração da entidade proprietária do Externato de Vila Meã imputa, por exemplo, ao antigo tesoureiro a compra de uma loja por 53 mil euros, que foi vendida pelo próprio à SECV por quase o dobro.
A Europopular, Acredite e Negócios da Terra, três empresas a que esteve ligado António Barbeitos, intervieram em negócios com a SECV no montante de 730 mil euros, apurou a SÁBADO.
A Negócios da Terra foi dissolvida, em janeiro de 2018, na ocasião em que a lista de Barbeitos perdeu para outra encabeçada por Ricardo Vieira. A Three To One (ex-Acredite) foi dissolvida em maio de 2024. A QCBA Negócios (ex-Europopular) passou, em janeiro de 2024, a ter outros proprietários (dois deles, pelo menos, familiares de António Barbeitos).
Ao longo de duas semanas, o antigo tesoureiro da SECV e o advogado não responderam a perguntas acerca de quando foi António Barbeitos autorizado pela Câmara Municipal de Penafiel a acumular funções de dirigente com o cargo de diretor pedagógico do Externato de Vila Meã e de tesoureiro da sociedade proprietária do colégio; como se explica a incoerência inerente a haver subscrito, a par de Albino de Magalhães, em 2017, uma proposta de dissolução da SECV e, em 2018, ter voltado a candidatar-se num ato eleitoral de que a sua lista saiu derrotada; e neste contexto, ter sido António Oliveira Cunha o mentor do volte-face ao preconizar a convocação de uma reunião da Assembleia Geral da SECV para destituição dos órgãos sociais, sessão que acabou por não ser necessária, e ao transitar para a lista encabeçada por Ricardo Vieira que acabou vencedora.
Caso raro
Com perto de um milhar de alunos, por cuja frequência nada pagam ao Externato, o colégio assegura a docência dos segundo e terceiro ciclos do ensino básico e a do secundário.
A oferta formativa em matéria de cursos profissionais contempla as vertentes de técnico(a) de electrónica, automação e computadores, técnico(a) de instalações elétricas e técnico(a) administrativo(a).
O Externato de Vila Meã é, hoje em dia, dos raros colégios a Norte do rio Mondego abrangido por contrato de associação, outorgado com o Estado, alegando a administração que a poupança proporcionada ao Ministério da Educação em 2023-2024 ascendeu a 1,90 milhões de euros.
Acresce que, mesmo antes de 25 de Abril de 1974, nunca um aluno pagou para frequentar aquele estabelecimento de ensino.
Voto dos acionistas salva colégio de morte anunciada
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