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Uma tour na Lisboa da escravatura

Bruno Faria Lopes
Bruno Faria Lopes 24 de julho de 2023 às 20:00

Na vaga de turistas há quem se interesse pelo lado negro e invisível da expansão portuguesa – e quem faça visitas guiadas a pé. Fizemos uma.

Esta é uma tour diferente porque temos de mergulhar a fundo na informação”, avisa Rui Fernandes. Estamos – Rui, eu e mais duas turistas dos Estados Unidos – na interceção da Rua de São João da Praça com a Rua do Barão, em Alfama, onde no início do século XVI se leiloavam escravos. É de manhã, o sol já queima, os turistas misturam-se com imigrantes e locais. Rui explica que as mulheres escravas valiam mais quanto menos escura fosse a pele e que nos homens era o oposto, porque se ligava a cor à força física. “O estado dos dentes era importante na seleção porque má dentição era sinal de fraca saúde e de menor capacidade para trabalhar”, conta. Não há ali marcas desse passado. Rui nota que o único museu dedicado à escravatura está em Lagos, onde chegaram as primeiras vagas de escravos e que servia de base ao infante Dom Henrique, que, lembra, “ficava com um quarto dos escravos”.

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