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Três aldeias evacuadas e 55 feridos leves

Cerca de 100 pessoas foram retiradas das aldeias de Falagueira, Salavessa e Monte Claro e transportadas para o pavilhão desportivo de uma escola da vila de Nisa

O "medo" de perder os bens e o desejo de regressar rapidamente a casa dominam os sentimentos das pessoas, sobretudo idosas, retiradas de três aldeias do concelho de Nisa, Portalegre, devido aos incêndios que lavram na zona esta quinta-feira.

Nisa
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Ao todo, cerca de 100 pessoas foram retiradas das aldeias de Falagueira, Salavessa e Monte Claro e transportadas para o pavilhão desportivo de uma escola da vila de Nisa, sede do concelho.

Apesar de o fogo se espalhar pelo concelho, a maioria dos habitantes das aldeias evacuadas mantém a esperança de regressar rapidamente.

Rosário Mendes Mota, de 83 anos, viajou de Falagueira, como muitos outros habitantes da aldeia, num autocarro da câmara municipal, deixando para trás os seus bens, principalmente a casa. No pavilhão desportivo, a idosa desabafa que tem "medo" de perder as suas coisas, em que inclui um tractor agrícola. "Só víamos fumo e cinza. Era difícil respirar e isso foi o que nos fez sair de casa", relatou.

Ao lado, Maria do Céu Graça, de 72 anos, também fugiu às chamas no autocarro da autarquia. No entanto mantém a esperança de regressar ainda esta quinta-feira acompanhada pela neta, que reside em Lisboa, mas que está a passar férias na aldeia de Falagueira.

Na área da saúde, o presidente da Unidade Local do Norte Alentejano, João Moura Reis, disse àLusaque o Centro de Saúde de Nisa está a funcionar com horário alargado e com mais funcionários, de "forma consertada" com as entidades locais.

As populações foram retiradas das aldeias de Falagueira, Monte Claro e Salavessa, durante a tarde, e transportadas para o pavilhão desportivo da Escola Básica do 2.º e 3.º ciclos professor Mendes dos Remédios, na vila de Nisa.

55 feridos ligeiros

No concelho de Nisa, onde foi activado o Plano Municipal de Emergência e Protecção Civil, continuavam a lavrar dois incêndios, cada um com duas frentes, que mobilizavam, às 20h00, 464 operacionais, com o apoio de 142 viaturas e 11 meios aéreos, segundo aa Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC). Os incêndios obrigaram ao corte do Itinerário Principal (IP) 2, no nó Gardete, entre a A23 e Nisa, troço que faz ligação à Barragem de Fratel, no limite com o distrito de Castelo Branco.

Este incêndio é o que mais preocupa a Protecção Civil, apesar de às 19h00 continuarem activos outros fogos importantes, como os de Mangualde, em Viseu, e de Penacova, em Coimbra.


Em conferência de imprensa, a adjunta de operações da ANPC Patrícia Gaspar disse que desde as 00h00 desta quinta-feira foram registadas 96 ocorrências de incêndios florestais - apenas duas se iniciaram hoje. "Na globalidade dos teatros de operações que temos neste momento activos temos um total de 55 feridos leves e um total de 54 pessoas que foram assistidas no teatro de operações", disse ainda a responsável, acrescentando que estes números se referem a bombeiros e a civis.

Em todas as operações em curso no território nacional (incêndios activos, dominados e em vigilância) estavam às 19h00 envolvidos 3.451 operacionais, apoiados por 1.050 veículos e 32 meios aéreos.

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