Reconhece toda a legitimidade ao Governo de Costa, mas não aceitaria governar sem ganhar eleições. Questiona o "empenho excessivo" do Governo no caso BPI - um "erro"- e critica o "alvoroço" constante em que anda Marcelo Rebelo de Sousa
O antigo primeiro-ministro José Sócrates garante que é apoiante do Governo de António Costa, mas não aceitaria liderar um Executivo sem ter ganho eleições. "Eu nunca seria primeiro-ministro sem ter ganho as eleições", assume numa entrevista à Antena 1, que vai ser emitida na manhã desta quinta-feira. Mas assegura: "Agora, reconheço toda a legitimidade deste Governo e toda a legitimidade do António Costa."
Numa análise ao Executivo, Sócrates disse que "começou como provisório", mas que "já não é" um Governo provisório. Mas, considerou, vai enfrentar muitas dificuldades. "Veja a posição da Comissão Europeia, absolutamente extraordinária. Aquilo não são opiniões técnicas, cientificas, aquilo são opiniões ideológicas. Eles falam de reformas. As reformas são as que o neoliberalismo dominante na democracia de Bruxelas quer que se façam, isto é, menos protecção no trabalho e menos protecção social. É por isso que este governo da Europa tem um problema democrático base, que se tem acentuado", criticou.
Além disso, criticou a "batalha política que a direita fez contra o Governo a propósito da legitimidade" deste Executivo. "É uma batalha política inqualificável, porque só há uma legitimidade política, que é a constitucional", afirmou.
Por outro lado, o antigo primeiro-ministro criticou o "empenho excessivo" do Executivo no caso do BPI, considerando-o como "um erro". "Acho que o decreto foi um erro e um erro do Presidente da República. Julgo que há uma precipitação do Governo em intervir directamente", afirmou, questionando o papel do Banco de Portugal no caso e as razões pelas quais não fez uma intermediação, "como sempre aconteceu". "O empenho do Governo neste caso foi excessivo e um erro político, que espero que possa ser corrigido e ter um desenvolvimento que não traga prejuízos para o País. Mas o Governo fez isso com boa intenção de resolver um problema", salientou.
Na entrevista, José Sócrates disse também que nunca se candidataria à Presidência da República, porque é um "homem mais virado para a acção e menos para a representação" e deixa críticas a Marcelo Rebelo de Sousa. "Não o posso acompanhar neste alvoroço. O alvoroço em que ele transforma a Presidência da República. Acho que o Presidente da República deve ser mais reservado e não aparecer na televisão todos os dias a comentar os mais diversos assuntos", afirmou.
À Antena 1, José Sócrates falou também sobre o processo que decorre contra si em Portugal, fazendo críticas ao trabalho do Ministério Público e reafirma que as imputações contra si são "falsas, injustas e absurdas". "O nosso principal problema é mesmo de cultura democrática na Justiça", afirma. Sobre os , nova recusa de responsabilidades: "Sou suspeito simplesmente porque o meu nome não está lá."
Sócrates: "Nunca seria PM sem ter ganho as eleições"
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