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Skripal: Costa diz que May agradeceu “total solidariedade” de Portugal

Portugal não expulsou nenhum diplomata russo, ao contrário de vários países. O embaixador em Moscovo continua em Lisboa "pelo menos" até 2.ªfeira.

Depois de uma grande parte dos aliados do Reino Unido ter expulsado diplomatas como resposta ao envenenamento de Serguei Skripal, Portugal decidiu não fazê-lo - optou por chamar a Lisboa o embaixador português em Moscovo. Esta terça-feira, à saída de um encontro com Theresa May, António Costa diz que foi alvo de um agradecimento.

"O ministro dos Negócios Estrangeiros [do Reino Unido], Boris Johnson, já nos tinha agradecido por escrito a posição que tomámos e agora a senhora May voltou a agradecer a total solidariedade de Portugal relativamente ao Reino Unido", referiu o primeiro primeiro-ministro português.

O ex-espião russo Serguei Skripal e a sua filha Yulia foram encontrados inconscientes numa localidade no Reino Unido, tendo sido alegadamente vítimas de um agente neurológico gasoso, de nível militar. O governo britânico atribuiu à Rússia a responsabilidade pelo ataque e desencadeou uma retaliação diplomática a nível internacional que resultou na expulsão de dezenas de diplomatas russos, mas Portugal optou por apenas chamar a Lisboa o seu representante em Moscovo.

Outro dos temas abordados foram os ataques químicos na Síria, tendo Costa expressado o desejo de "se poder encontrar uma solução pacífica e um esclarecimento sobre o que aconteceu e uma posição clara contra a utilização de armas químicas".

E depois do Brexit?

As relações ente Portugal e o Reino Unido vão continuar a ser "o mais próximas possível" depois do Brexit, prometeu António Costa após o encontro com Theresa May. À saída de Downing Street, residência oficial do chefe do Governo britânico, Costa disse que o principal tema em debate foi a saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit e o impacto na situação dos cidadãos portugueses residentes e dos britânicos que residem e que visitam habitualmente em Portugal.

Costa reiterou sobretudo o desejo de que "as relações possam ser o mais próximas possível, em particular no domínio da cooperação na área das ciências e da investigação científica, no domínio do ensino superior e no domínio das relações económicas".

O chefe do governo português lembrou que o investimento britânico quintuplicou em 2017 relativamente a 2016. "O desejo que temos é que, depois do Brexit, essas relações económicas se continuem a desenvolver, não só como parceiros comerciais, que já têm um nível muito elevado, mas sobretudo ao nível do investimento, além de continuarmos a contar com o Reino Unido como principal mercado emissor de turismo", salientou. As futuras relações comerciais serão definidas no quadro das negociações entre o Reino Unido e a União Europeia, admitiu.

No entanto, o primeiro-ministro português quer que "a futura relação do Reino Unido com a União Europeia seja o mais próxima possível". "Como tenho dito várias vezes, o Reino Unido sai da União Europeia mas não sai da Europa. Continua a ser um vizinho, um aliado, um parceiro económico e um país amigo de Portugal. A nossa relação é muito anterior à existência da UE e será continuará a ser uma óptima relação após o Reino Unido sair da União Europeia", vincou.

António Costa está em Londres para uma visita de dois dias, tendo hoje um encontro também com a comunidade portuguesa. O segundo dia do primeiro-ministro na capital britânica, na quarta-feira, será totalmente dominado pela agenda económica, começando com um pequeno almoço com potenciais investidores.

Depois, António Costa participa num fórum de negócios "Portugal/Reino Unido e numa conferência económica sobre negócios entre Portugal e a Índia.

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