Sábado – Pense por si

Sindicato exige que ministra crie condições de segurança para médicos

Dirigente do Sindicato Independente dos Médicos pede à ministra da Saúde que tome medidas. Médico foi agredido em centro de saúde.

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) lamentou hoje mais um caso de agressão a um médico, instando a ministra da Saúde a criar condições de segurança para estes profissionais de modo a diminuírem o número de casos.

Um médico de clínica geral foi agredido a soco e a pontapé por um doente, durante uma consulta no Centro de Saúde de Moscavide, Lisboa, de acordo com o secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha.

Em declarações hoje à agência Lusa, o secretário-geral sublinhou que algo tem de ser feito para diminuir as agressões aos profissionais de saúde.

"A nossa pergunta é muito simples: O que é que a Senhora ministra da Saúde está a pensar fazer em relação a esta matéria? Não adiantam declarações vagas como a que teve a semana passada de solidariedade no geral [aquando da agressão a uma médica no Hospital de Setúbal na semana passada]", disse.

No entendimento de Roque da Cunha, é preciso saber especificamente o que vai fazer Marta Temido para diminuir este tipo de situação por um lado e, por outro, criar condições para dar mais segurança aos profissionais.

"Na segunda-feira passada entregámos à Senhora Procuradora-Geral da República um pedido para intervenção, dado tratar-se de um crime público e também para que a procuradoria possa ter alguma intervenção nesta matéria", contou.

De acordo com o secretário-geral do SIM, há um sentimento de impunidade muitíssimo grande.

"Tanto quanto é do nosso conhecimento nenhum dos agressores teve qualquer medida de coação, nem sequer foi presente a um juiz. Por isso, é preciso dizer basta e perguntar ao ministério o que pensa fazer em relação a esta matéria", disse.

Para Roque da Cunha, tem de se agilizar a queixa, que tem de ser consequente com a forma como as queixas tem resposta.

"Porque incomoda as idas à polícia, as declarações, a recolha de testemunhas. Para um crime público parece-me excessivo e fundamental que os poderes públicos ajam, não só o Ministério Público, mas também a Procuradoria-Geral da República", realçou.

O secretário-geral do SIM referiu que o sindicato tem conhecimento de que há dezenas de agressões verbais e às vezes físicas, e por devido a burocracias, para evitar incómodos, e pela lentidão da justiça não vêm ao conhecimento público.

"As pessoas têm outras maneiras de protestar de considerar que o comportamento de um médico poderá não ser o mais correto, mas a questão da segurança física é essencial desde a disposição dos próprios gabinetes até à criação de condições para de alguma maneira limitar, saber gerir os conflitos", disse.

Sobre o estado do médico agredido, Jorge Roque da Cunha disse que está afetado psicologicamente e que já avançou com uma queixa na PSP.

De acordo com informação recebida pela Lusa de outra médica, esta agressão a um profissional de saúde ocorreu na terça-feira à tarde.

Em declarações na rede social 'Facebook´, hoje citadas pelo Jornal de Noticias, o médico contou que o utente, de 20 anos, lhe pediu uma vacina da gripe e que lhe passasse uma renovação da baixa, retroativa a 26/12/2019".

Como o médico se recusou, foi agredido pelo utente com a ajuda da namorada deste.

Este é o segundo caso de violência contra um médico em menos de uma semana, quando uma médica da urgência do Hospital de S. Bernardo, em Setúbal, foi agredida por um utente.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.