O sindicato dos trabalhadores do comércio disse que a Armatis-LC obrigou um colaborador a trabalhar, após regressar de França. Denúncia é negada pela empresa.
O sindicato dos trabalhadores do comércio disse hoje que a Armatis-LC obrigou um colaborador do Porto a trabalhar, após regressar de França, onde esteve exposto à covid-19, denúncia negada pela empresa, que diz assegurar medidas de proteção.
"O trabalhador [do 'call-center' do Porto] veio de França no dia 15 de março e no dia 16, depois de alguns colegas o terem chamado à atenção para o [desenvolvimento] do coronavírus naquele país, foi aos recursos humanos explicar a situação. Disseram-lhe para expor a questão por 'e-mail' e para não alarmar os colegas da equipa, enquanto foi obrigado a continuar a trabalhar", avançou à Lusa fonte oficial do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços (CES) Minho.
De acordo com a mesma fonte, após esta decisão, o funcionário, que mais tarde foi confirmado como um dos infetados pelo novo coronavírus, trabalhou durante dois dias na empresa, no mesmo local onde vieram a ser confirmados mais sete casos.
"Para além destes, ainda há três ou quatro a aguardar o resultado do exame ou à espera para realizá-lo", apontou.
Perante esta situação, alguns trabalhadores contactaram a PSP, a Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), a Direção-Geral da Saúde (DGS), a linha SNS 24, bem como a Proteção Civil do Minho, tendo apenas recebido o apoio desta última, "que esteve sempre em contacto e a acompanhar a questão".
Conforme notou o CES, a empresa, que se dedica ao desenvolvimento de estratégias de apoio ao cliente, comunicou oficialmente a existência de um caso confirmado de infeção por covid-19 só mais de uma semana depois de o trabalhador em causa ter entrado em contacto com o gabinete de recursos humanos, tendo, nessa altura, começado a colocar os funcionários em regime de teletrabalho.
Contactada pela Lusa, a Armatis disse que esta situação é "totalmente falsa", embora tenha confirmado a existência de um infetado com covid-19 entre os seus trabalhadores, sublinhando que a proteção da saúde dos colaboradores é prioritária para a empresa.
"Em momento algum a empresa iria exigir a um colaborador que continuasse a trabalhar se apresentasse sintomas ou se tivesse que ficar em quarentena", vincou a diretora de recursos humanos da Armatis, em reposta escrita enviada à Lusa.
Sónia de Oliveira referiu que foram adotadas todas as medidas de prevenção previstas no plano de contingência desde o início da pandemia, acrescentando que para a Armatis o teletrabalho "constitui a melhor solução" para proteger os colaboradores, regime que disse ter sido implementado, progressivamente, desde 23 de março.
"Enquanto se procede a esta implementação progressiva, a direção desta empresa decidiu por sua iniciativa, e por forma a atenuar qualquer risco para os trabalhadores, encerrar a empresa e enviar os colaboradores para casa, que se encontram a ser pagos a 100% do seu vencimento desde o passado dia 30", afirmou.
Esta responsável avançou ainda que toda a unidade do Porto e as restantes áreas comuns do edifício foram alvo de uma desinfeção integral, acrescentando que os colaboradores afetos a este espaço estão a ser acompanhados por uma equipa de medicina no trabalho.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 70 mil.
Dos casos de infeção, mais de 240 mil são considerados curados.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 311 mortes, mais 16 do que na véspera (+5,4%), e 11.730 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 452 em relação a domingo (+4%).
Dos infetados, 1.099 estão internados, 270 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 140 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.
Além disso, o Governo declarou no dia 17 de março o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.
Sindicato diz que empresa do Porto obrigou infetado com covid-19 a trabalhar
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