"Os funcionários públicos podem passar mais um ano sem aumentos, mas têm o direito de saber quem são os principais devedores da CGD, que ficaram a dever milhões e milhões de euros, que dava para dar muitos aumentos à função pública", disse Rui Rio.
Pelas contas de Rui Rio, a actualização dos salários da função pública poderia representar cerca de 300 milhões de euros de despesa pública adicional, que, "se comparado com aquilo que o Estado deu à banca já na vigência deste Governo socialista, corresponde a uma fatia muito pequenina".
Segundo o presidente do PSD, o valor canalizado para a CGD e o montante já contratualizado que pode vir a ser injectado no Novo Banco "é 25 vezes mais do que aquilo que custaria anualmente essa reposição do poder de compra".
"Não estou a dizer que se deve desequilibrar o Orçamento, fazer loucuras ou eleitoralismo, mas há uma coisa que estou a dizer: temos todos o direito, e em particular os funcionários públicos, de saber quem são realmente os grandes devedores da CGD", frisou.
Na sua intervenção, o líder social-democrata anunciou que o PSD vai pedir, "mais uma vez, e formalmente, na Assembleia da República, quem são os 50 maiores devedores da CGD". "Se agora vierem com subterfúgios do ponto de vista legal, dizendo que não o podem fazer porque a lei não o permite, então podem contar com o apoio do PSD para mudar a lei que não permite que os portugueses saibam quem é que deve tanto dinheiro ao banco público", salientou.
Para o presidente do PSD, o Governo liderado pelo socialista António Costa não conseguiu "nenhum milagre económico", sustentando a sua acusação com o facto de a taxa de crescimento do Emprego ser superior à da Economia.
Salientando que este indicador "é negativo", Rui Rio explicou que quando a economia cresce menos do que o emprego significa que "tem baixado a produtividade e foi criado emprego de baixa qualidade e de salários mais baixos".
"Se é positivo a taxa de desemprego estar a baixar, também temos de dizer que isso tem sido à custa da criação de postos de trabalho de menor qualidade e de mais baixo custo e, portanto, a produtividade não tem sido conseguida à custa do progresso tecnológico e do desenvolvimento, mas à custa dos salários", sublinhou.