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Quem ajudou uma mulher a colocar o corpo de um homem numa mala?

14 de janeiro de 2020 às 07:33
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Arguida é julgada esta terça-feira no Tribunal de Loures. Investigação não conseguiu identificar quem foi o seu cúmplice.

O Tribunal de Loures começa hoje a julgar uma mulher acusada de, em 2015, matar um homem e colocar o corpo numa mala de viagem, com a ajuda de uma pessoa que a investigação não conseguiu identificar.

O início do julgamento está previsto para as 09:30.

A acusação do Ministério Público (MP), a que a agência Lusa teve acesso, refere que a arguida, atualmente com 63 anos, tinha um companheiro, mas mantinha uma "relação amorosa" com a vítima, a qual terá matado (através de asfixia) para ficar com um cartão de multibanco.

O MP conta que em 10 de agosto de 2015 o homem "decidiu mudar-se" para a residência da arguida, na Malveira, concelho de Mafra, distrito de Lisboa, para a ajudar na recuperação de um acidente de trabalho que lhe provocou queimaduras no corpo.

A arguida, receando que o companheiro descobrisse o relacionamento, e também para se "apoderar do dinheiro que existisse nas contas bancárias de José Lavos, através da utilização do seu cartão de débito, [...] planeou e executou com um terceiro, de identidade não apurada", matar a vítima e esconder o corpo, diz a acusação, assinada pela procuradora-adjunta Susana Galucho.

Assim, acrescenta, "em conjugação de esforços e na execução de plano comum, em local e data não concretamente apurados, mas compreendida entre 10 e 28 de agosto de 2015", a arguida e o cúmplice "desferiram pancadas em diversas partes do corpo" e asfixiaram a vítima até à morte.

De seguida, acrescenta a acusação, a arguida e a pessoa que a auxiliou "colocaram o corpo de José Lavos dentro de uma mala de viagem -- mala preta -- e abandonaram-na num local descampado na Rua Principal Estrada de Carcavelos, Fontanelas", na freguesia de Lousa, concelho de Loures (distrito de Lisboa), "dentro de um buraco de formações rochosas, colocando-lhe pedras em cima com o intuito de tornar mais difícil a sua descoberta".

O MP sustenta que, fruto do relacionamento amoroso que mantinha com José Lavos, a arguida sabia o código do cartão de multibanco associado a uma conta bancária da vítima, na qual esta recebia o subsídio de desemprego.

"Confiante de que, com a morte deste, a sua atuação não seria descoberta, a arguida dirigiu-se a caixas automáticas de ATM, com o objetivo de se apoderar de todo o dinheiro existente nessa conta bancária e efetuou levantamentos em dinheiro num montante global de 760 euros", descreve a acusação.

A procuradora-adjunta Susana Galucho, do Departameento de Investigação e Ação Penal de Loures, sublinha que a arguida atuou "de forma brutal, fria e determinada", com "o intuito concretizado de se apoderar do cartão de José Lavos".

A mulher, que se encontra em liberdade com termo de identidade e residência, está acusada de quatro crimes: homicídio qualificado, profanação de cadáver (estes em coautoria), burla informática e furto.

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