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PS e Bloco acusam Passos Coelho de "xenofobia" e "racismo"

14 de agosto de 2017 às 17:40
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Joana Mortágua, João Galamba e Ana Catarina Mendes criticaram as declarações do líder social-democrata à lei da imigração

Para o PS e o Bloco de Esquerda, as críticas do líder do PSD, Pedro Passos Coelho, à lei da imigração são "racistas" e "xenófobas". 

O porta-voz socialista, João Galamba, acusou esta segunda-feira Passos Coelho de ensaiar "um discurso racista e xenófobo" ao fazer uma "denúncia mentirosa" de alterações à lei da imigração que transpõem uma directiva comunitária. 

"Pela primeira vez em muitos anos tivemos em Portugal um líder político e o líder político do maior partido da oposição, a ensaiar um discurso racista e xenófobo, à semelhança do que vemos noutros países, em França, nos Estados Unidos", defendeu Galamba aos jornalistas no Parlamento.

Também a secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, criticou as declarações do líder social-democrata. "Passos Coelho ainda não terá percebido que o país seguiu outro rumo e que é um rumo que está a resultar", disse a socialista à agência Lusa. Catarina Mendes afirmou que o social-democrata é "um homem só, desnorteado, errático e prisioneiro do seu passado".

Já a dirigente bloquista Joana Mortágua diz que o líder social-democrata está a usar a xenofobia como "estratégia de sobrevivência", argumentando que as suas críticas à lei da imigração são uma aposta no preconceito e ataque aos mais fracos.

Festa do Pontal Passos Coelho
Festa do Pontal Passos Coelho

"Perante a ausência de políticas alternativas, perante a ausência de uma proposta que possa mobilizar os portugueses e as portuguesas, como a única proposta de Passos Coelho continua a ser o programa da ‘troika’, ensaiou um discurso que não é habitual e que vai ao encontro de posições xenófobas recentes, que o próprio Passos Coelho disse não fazerem parte da tradição do PSD", acusou Joana Mortágua.

Este domingo, durante a tradicional Festa do Pontal, que marcou a "rentrée" política do partido, Passos Coelho acusou o Governo de fazer uma cedência ao "radicalismo de esquerda" com uma alteração "à lei de estrangeiros, que na prática, permite que qualquer pessoa possa ter autorização de residência em Portugal desde que arranje uma promessa" de contrato de trabalho.

"Uma promessa, reparem bem, de poder ter um contrato de trabalho", disse, declarando ainda que, segundo essas modificações "o Estado deixará de ter condições para simplesmente expulsar alguém que possa, sendo imigrante, ter cometido crimes graves contra a própria sociedade portuguesa".

"Este foi o Governo que aprovou estas alterações. Porque é que não discutem na sociedade portuguesa as implicações que para a segurança do país a médio e longo prazo isso pode trazer? Da mesma maneira pergunto: o que é que vai acontecer ao país seguro que temos sido se esta nova forma de ver, a possibilidade de qualquer um residir em Portugal, se mantiver?

Passos Coelho afirmou que, por seu turno, "o PSD se mantém como um partido que não cede à facilidade, que não cede à demagogia, que não cede ao radicalismo".

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