A Dunas Livres deu entrada de uma providência cautelar no Tribunal Administrativo de Beja a 22 de fevereiro para suspender, com carácter urgente, as obras no terreno dunar de Tróia, citando os "impactos muito significativos sobre os sistemas ecológicos, além de riscos costeiros, pressão sobre recursos hídricos, solos, ar, paisagem" que este projeto tem.
A batalha entre ativistas e os promotores do empreendimento, batizado com o nome "Na Praia", já dura há vários meses, com associações ambientais a acusarem a Câmara Municipal de Grândola a ter dado provimento à obra, ignorando os avisos estudos ambientais e desconsiderando os efeitos nefastos na biodiversidade. O promotor do projeto afirmou estar a preparar um projeto ambientalmente responsável e rejeita acusações de má atuação.
Entre as acusações de más práticas ambientais apresentadas pelas associações contam-se a eliminação total da vegetação, terraplanagem de dunas e construção de uma estrada sem alvará de licenciamento afixado no local. A Agência Portuguesa do Ambiente aprovou a obra apesar de ter identificado "impactos negativos muito relevantes, de magnitude elevada", sobre "valores ecológicos extremamente altos", nomeadamente sobre plantas e dunas. Os impactos negativos têm de ser compensados com 47 medidas de minimização.
O estaleiro já está montado na área de largas dezenas de hectares e começou a ser retirado o entulho do local. Entre a principal investidora do projeto está Sandra Ortega, herdeira do fundador da Zara e a mulher mais rica de Espanha.