A22, A23, A24 e A25 dividem os partidos de esquerda: PS quer redução do valor das tarifas enquanto PCP e BE querem que estas sejam eliminadas
A introdução de reduções ou a eliminação das portagens nas antigas Scut (vias sem custos para o utilizador) A22, A23, A24 e A25 vão estar em debate hoje no Parlamento.
Quatro anos depois de aquelas vias terem sido portajadas, PCP e Bloco de Esquerda defendem o fim das portagens, enquanto o PS e o CDS-PP propõem uma redução do valor das tarifas e o PSD a reavaliação da localização dos pórticos.
Em declarações à agência Lusa, o socialista Luís Moreira Testa disse que o PS vai propor a redução do valor das portagens para "permitir às pessoas e empresas que estão em zonas menos favorecidas do país terem argumentos de concorrência e de mobilidade".
Afastada, para o PS, está a abolição das portagens, porque "é absolutamente imperativo e necessário fazer um esforço de equilíbrio orçamental".
"Infelizmente, essa figura ainda parece relativamente longínqua. O que propomos é que haja uma redução tendente à reposição dos direitos que vigoravam antes" das portagens, acrescentou.
Por seu lado, os deputados do PSD excluem também a eliminação dos pórticos, porque defendem o princípio do utilizador-pagador.
"Não sendo o utilizador a pagá-las, serão os contribuintes", disse o deputado Luís Leite Ramos à Lusa.
O projecto de resolução do PSD propõe, ainda, uma reavaliação da localização dos pórticos, porque há casos em que a sua "localização condiciona a mobilidade urbana" e o objectivo das Scut "não era portajar as vias urbanas", afirmou.
O diploma do PSD defende, ainda, que "seja introduzido um mecanismo temporário e excepcional que permita a suspensão ou redução das portagens" enquanto decorrerem "obras de vulto nas vias alternativas" e em que a cobrança seja feita directamente pelas Infraestruturas de Portugal, indicou o deputado.
O CDS-PP, por seu turno, vai recomendar ao Governo a redução, em pelo menos 50%, do valor da portagem na A22 (Via do Infante), no Algarve, até que as obras da EN125 estejam concluídas.
"Tendo em conta as características específicas do Algarve, que assenta toda a sua economia no turismo, (...) propomos até à conclusão das obras uma redução de 50% das portagens" na região, disse Hélder Amaral.
O deputado centrista acrescentou que o CDS-PP não é "favorável a eliminação de portagens", que têm um "enorme impacto nas contas" do Estado.
Do lado do PCP, é proposta a eliminação das portagens na A23 (Torres Novas-Guarda), A24 (Viseu-Vila Real), A25 (Aveiro-Vilar Formoso), na Via do Infante e na autoestrada transmontana (A4).
"Entendemos que é necessário retirar fardos dos ombros das populações e das economias regionais. Só dessa maneira conseguimos melhorar a mobilidade nas regiões do interior do país, combater as assimetrias que existem entre o interior e o litoral e combater a desertificação que afecta distritos do interior do país", disse o deputado Paulo Sá à Lusa.
Também o BE pretende a abolição das portagens naquelas vias "em nome de uma política de portagens que existia antes do anterior Governo e que parecia muito mais potenciadora das acessibilidades para as regiões do interior e para as regiões menos desenvolvidas do nosso território e favorecedoras de um equilíbrio, a prazo, das actividades económicas e das condições de vida das famílias e empresas que exercem actividade no interior do país", disse Heitor de Sousa.
O PEV propõe apenas a abolição de taxas de portagens na autoestrada transmontana (A4), por considerar que serve "regiões cujos indicadores de desenvolvimento socioeconómico indicam que são inferiores à média nacional" e por considerar que "não existem alternativas" a essa via, segundo o deputado José Luís Ferreira.
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
A escola é um espaço seguro, natural e cientificamente fundamentado para um diálogo sobre a sexualidade, a par de outros temas. E isto é especialmente essencial para milhares de jovens, para quem a escola é o sítio onde encontram a única oportunidade para abordarem múltiplos temas de forma construtiva.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.