Governo marcou que o próximo ano letivo se inicie entre os dias 14 e 17 de setembro, considerando que esse calendário dará tempo de preparação à comunidade educativa.
Os pais e diretores escolares receberam sem surpresa o anúncio do Governo sobre o arranque do próximo ano letivo, mas as posições dividem-se com pais a apontarem o início de setembro como ideal e diretores a preferirem mais tempo.
O ministro da Educação afirmou na terça-feira que o Governo marcou que o próximo ano letivo se inicie entre os dias 14 e 17 de setembro, considerando que esse calendário dará tempo de preparação à comunidade educativa.
O prazo apontado por Tiago Brandão Rodrigues não diverge daquilo que é habitualmente definido para o calendário escolar e, por isso, as datas não apanharam a comunidade educativa de surpresa, mas os diretores afirmam que, em alguns casos, o ano letivo deveria arrancar mais tarde.
"Eu entendo que os nossos alunos vão estar muito tempo em casa, mesmo começando nessas datas é praticamente meio ano, mas acho que, pelo menos para as escolas do ensino secundário, seria mais confortável que o prazo se estendesse até mais tarde, 21 de setembro, por exemplo", disse à Lusa o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).
Filinto Lima justificou um arranque tardio das aulas para os alunos entre o 10.º e 12.º anos com as alterações no calendário de exames nacionais deste ano, que foram adiados devido à pandemia de covid-19.
De acordo com o novo calendário, a segunda fase dos exames nacionais só se realiza entre 01 e 07 de setembro, terminando uma semana antes do início das aulas.
Também o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), Manuel Pereira, manifestou preocupação com a proximidade entre os exames e o regresso de aluno e professores às escolas.
"O senhor ministro está a esquecer-se de um pormenor, é que há muitos professores que vão estar durante todo o verão em processo de exames no secundário, e os professores têm direito a férias. Há aqui algumas incompatibilidades difíceis de gerir", explicou.
Manuel Pereira acrescenta ainda que o anúncio feito na quarta-feira por Tiago Brandão Rodrigues transmite uma posição otimista do Governo, com a qual não se identifica, questionando até que ponto será possível regressar à normalidade em setembro.
"A situação não será muito diferente daquela que vivemos agora e se agora não há condições para estarmos todos na escola, em setembro, provavelmente, poderá acontecer o mesmo e, por isso, nós achamos que o Ministério também deve pensar em soluções alternativas", afirmou.
Já do lado dos encarregados de educação, o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), Jorge Ascenção, admitiu à Lusa que esperava que o próximo ano letivo arrancasse mais cedo, de forma a permitir que as turmas tivessem mais tempo para recuperar o trabalho do 3.º período.
"Seria desejável que pudesse começar mais cedo e alguns pais e até professores com quem fomos conversando esperavam que houvesse a possibilidade de ser um pouco mais cedo, para se poder trabalhar de forma mais tranquila", sublinhou.
Com o início do ano letivo previsto para meados de setembro, Jorge Ascenção teme que todo o ano letivo se atrase e que os programas não sejam lecionados com a qualidade e profundidade desejada.
O ministro da Educação disse também na quarta-feira que as primeiras cinco semanas do próximo ano letivo devem ser dedicadas à "recuperação e consolidação da aprendizagem" por parte dos alunos.
Rui Martins, presidente da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE), acredita que essa consolidação pode ser feita se as aulas arrancarem à data prevista, mas alerta para uma série de condições que devem ser asseguradas, desde logo o acesso aos manuais escolares e aos equipamentos tecnológicos necessários.
Os diferentes representantes da comunidade educativa vão ser ouvidos pela tutela ao longo da semana para preparar o próximo ano letivo.
Pais e diretores dividem-se sobre data do início do ano letivo
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
A PSP enfrenta hoje fenómenos que não existiam ou eram marginais em 2007: ransomware, ataques híbridos a infraestruturas críticas, manipulação da informação em redes sociais. Estes fenómenos exigem novas estruturas orgânicas dedicadas ao ciberespaço, com autonomia, meios próprios e formação contínua.
O famoso caso do “cartel da banca” morreu, como esperado, com a prescrição. Foi uma vitória tremenda da mais cara litigância de desgaste. A perda é coletiva.