No encerramento da 7.ª Conferência da Comissão de Igualdade Homens e Mulheres da CGTP-IN, em Lisboa, Arménio Carlos considerou que os "direitos das mulheres são indissociáveis da luta mais geral" e recordou que estiveram na "linha da frente de conflitos", destacando as 40 horas semanais de trabalho ou a interrupção voluntária da gravidez.
O dirigente sindical afirmou que a luta das mulheres nos locais de trabalho é também "fundamental para os homens", já que "sempre que houver mulheres discriminadas no local de trabalho, os patrões sentem-se livres para discriminar todos os trabalhadores".
"Nenhum homem está livre no local de trabalhos enquanto houver mulheres discriminadas", frisou, destacando o "terrorismo psicológico" que se vive em algumas empresas.
Arménio Carlos destacou a greve de hoje de mulheres que fazem a limpeza no aeroporto de Lisboa, contratadas pela multinacional ISS, tendo recordado a sentença do tribunal que obrigou a empresa a pagar retroactivos de 200 mil euros por direitos que retirou indevidamente.
O secretário-geral da CGTP falou também hoje dos objectivos da central sindical que lidera, tendo afirmado que irá continuar a trabalhar por entrar em mais empresas, ou seja, por ter trabalhadores sindicalizados em empresas em que ainda não tem.
"Por que será que os patrões - que tanto falam de diálogo social - têm medo que os sindicatos entrem nas empresas? É uma área em que não vamos desarmar, vamos continuar a pressionar para que a liberdade sejam factos concretos", afirmou.
O sindicalista considerou que "colocar em causa a liberdade sindical é criar condições para impedir o exercício dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras no local de trabalho".
A 7.ª Conferência Nacional da Comissão para a Igualdade entre Mulheres e Homens elegeu hoje em Lisboa a nova direcção nacional daquela comissão.
A propósito desta conferência, a CGTP-IN divulgou um estudo segundo o qual as mulheres trabalhadoras portuguesas têm habilitações superiores aos homens, mas ocupam sistematicamente níveis de qualificação mais baixos e têm um salário base médio inferior em 16,7%.