Sábado – Pense por si

MP pede condenação mínima de 20 anos para homem que matou namorada

19 de fevereiro de 2018 às 19:02
Capa da Sábado Edição 26 de agosto a 1 de setembro
Leia a revista
Em versão ePaper
Ler agora
Edição de 26 de agosto a 1 de setembro
As mais lidas

O Ministério Público pediu hoje em tribunal que o homem suspeito de matar a namorada e ocultar o cadáver no quarto por mais de 24 horas, em Faro, seja condenado a uma pena de prisão mínima de 20 anos.

O Ministério Público pediu hoje em tribunal que o homem suspeito de matar a namorada e ocultar o cadáver no quarto por mais de 24 horas, em Faro, seja condenado a uma pena de prisão mínima de 20 anos.

Na última sessão do julgamento, que hoje decorreu no Tribunal de Faro, o Ministério Público (MP) pediu uma condenação "não inferior" a 20 anos relativa apenas ao crime de homicídio qualificado, já que o arguido está também acusado de profanação de cadáver e coação agravada.

O delegado do MP considerou que Miguel Silva, de 38 anos, mostrou uma "vontade persistente" em matar Regina Nunes, de 21 anos, mostrando "frieza" e "desprezo pela vida humana", apesar de hoje ter admitido o crime e mostrado arrependimento, o que só fez "depois de saber a prova produzida" contra si.

O caso, que remonta a Setembro de 2016, começou a ser desvendado a partir de uma suspeita de tentativa de suicídio, depois de Miguel Silva se ter barricado no apartamento onde vivia com Regina e outra pessoa, ameaçando atirar-se da varanda de um 7.º andar, o que motivou a intervenção da polícia.

Durante o seu depoimento, o arguido assumiu que sabia o que estava a fazer e que optou por não parar de asfixiar a namorada, apesar de esta se debater, mas tentou atribuir os seus atos ao facto de estar "transtornado" com o consumo de cocaína e álcool nas horas que antecederam o crime.

Miguel Silva relatou que na noite anterior ao crime saiu à noite, tendo consumido drogas e álcool, o que continuou a fazer depois de ter chegado a casa, na sala de estar, já de manhã, enquanto Regina e a dona do apartamento dormiam nos quartos.

Por volta das 10:00, deitou-se ao lado da namorada, mas esta recusou-se a ter sexo, gerando uma discussão que culminou com Miguel Silva a asfixiar Regina Nunes com o fio eléctrico de um aquecedor que se encontrava perto da cama.

O homem manteve o cadáver da namorada durante mais de 24 horas no quarto, tendo saído de casa por duas vezes após o crime.

A leitura do acórdão está marcada para o dia 14 de Março às 12h00, no tribunal de Faro.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!

Sinais do tempo na Justiça

A maioria dos magistrados não dispõe de apoio psicológico adequado, o que resulta em inúmeros casos de burnout. Se esta estratégia persistir, a magistratura especializada comprometerá a qualidade do trabalho, sobretudo na área da violência doméstica.

Hipocrisia

Agora, com os restos de Idan Shtivi, declarado oficialmente morto, o gabinete do ministro Paulo Rangel solidariza-se com o sofrimento do seu pai e da sua mãe, irmãos e tias, e tios. Família. Antes, enquanto nas mãos sangrentas, nem sequer um pio governamental Idan Shtivi mereceu.

Urbanista

Insustentável silêncio

Na Europa, a cobertura mediática tende a diluir a emergência climática em notícias episódicas: uma onda de calor aqui, uma cheia ali, registando factos imediatos, sem aprofundar as causas, ou apresentar soluções.