Sábado – Pense por si

Movimento pede intervenção de Costa no caso de mulher despedida de corticeira

22 de janeiro de 2019 às 17:12
As mais lidas

Em causa está a situação de Cristina Tavares, que, reintegrada na Fernando Couto Cortiças S.A. por imposição do tribunal, acabou despedida depois de denunciar o que a CGTP descreveu como "tortura psicológica" mediante "trabalho improdutivo" e "humilhação".

O Movimento Democrático de Mulheres (MDM) exigiu hoje ao primeiro-ministro que intervenha no caso da operária despedida por uma corticeira de Santa Maria da Feira após a Autoridade para as Condições do Trabalho autuar a empresa por assédio.

Em causa está a situação de Cristina Tavares, que, reintegrada na Fernando Couto Cortiças S.A. por imposição do tribunal, acabou despedida depois de denunciar o que a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) descreveu como "tortura psicológica" mediante "trabalho improdutivo" e "humilhação".

Agora, o MDM dirige a António Costa uma carta aberta "exigindo a sua intervenção junto dos ministérios e entidades competentes para pôr fim ao inexplicável abuso da empresa, que continua a agir com toda a impunidade".

As diretoras do movimento, Isabel Cruz e Manuela Antunes Silva, reclamam: "Não podemos continuar a admitir a impunidade verificada por parte de empresários sem escrúpulos, que desrespeitam continuadamente a lei e as decisões da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e dos próprios tribunais, pondo em causa os princípios democráticos que orientam constitucionalmente as nossas vidas".

Para o MDM, o caso refere-se também à observação dos direitos das mulheres, já que a luta pela igualdade e emancipação feminina não pode ser dissociada "dos direitos a uma vida digna" no trabalho e na sociedade.

"O primeiro despedimento desta trabalhadora, por alegada extinção de posto de trabalho, aconteceu quando a Cristina exerceu o direito de maternidade e de assistência à família, em conformidade com a lei, para prestar apoio familiar numa situação de doença", recorda na carta o MDM.

Reintegrada e indemnizada por ordem judicial, a operária passou depois "a ser sujeita, por parte da entidade patronal, a persistente assédio moral e a violentíssimas humilhações, que puseram em risco a sua saúde física e psicológica, e a sua dignidade".

A carta dirigida ao primeiro-ministro lembra ainda que a ACT "verificou a veracidade dos factos reportados e, por essa razão, multou a empresa em 31.000 euros", após o que a corticeira levantou novo processo disciplinar contra Cristina e, "acusando-a de difamação, despediu-a novamente".

"Manifestamente, esta empresa fez uso de poder arbitrário, em desrespeito pelas autoridades do trabalho e pela legislação em vigor", defende o MDM, requerendo do Governo medidas que "sirvam de exemplo para todos os que confiam na justiça e na celeridade para resolução de problemas desta gravidade".

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Editorial

Salazar ainda vai ter de esperar

O regresso de Ventura ao modo agressivo não é um episódio. É pensado e planeado e é o trilho de sobrevivência e eventual crescimento numa travessia que pode ser mais longa do que o antecipado. E que o desejado. Por isso, vai invocar muitos salazares até lá.