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Motoristas: Governo tem "forte expetativa" de acordo entre patrões e sindicato

O ministro do Ambiente, Matos Fernandes, espera que acordo entre Antram e SNMMP "venha a ser celebrado rapidamente para que a greve possa acabar".

O Ministro do Ambiente e Transição Energética afirmou este sábado ter a "forte expectativa" de que "venha a ser celebrado rapidamente" o acordo entre patrões e o sindicato demotoristas de matérias perigosas, "para que a greve possa acabar".

"Já foram feitos dois acordos com dois sindicatos do setor. Só falta um acordo com um dos sindicatos para que se possa celebrar um contrato coletivo de trabalho. Amanhã há um plenário. A nossa forte expectativa é que o acordo venha a ser celebrado rapidamente, para que greve possa acabar", disseJoão Pedro Matos Fernandes, em declarações aos jornalistas no Porto, numa conferência de imprensa de balanço da greve dos motoristas, que hoje cumpre o sexto dia.

Quanto à disponibilidade doGovernopara servir de mediador entre patrões e oSindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas(SNMMP), que mantêm a greve, o ministro notou que o executivo "tem estado sempre disponível" e que "o serão de ontem, com o ministro das Infraestruturas, serve de prova disso mesmo".

Matos Fernandes referia-se à decisão dos motoristas de matérias perigosas de cumprirem hoje o sexto dia de uma greve por tempo indeterminado, depois de, nesta madrugada, ter falhado um acordo mediado pelo Governo numa reunião que durou cerca de 10 horas.

Sobre estas negociações inconclusivas, o ministro frisou que "quem negoceia são as partes" e que "o papel do Governo é aproximá-las".

Matos Fernandes notou ainda que "a preocupação do Governo é que os portugueses tenham o mínimo de combustível para fazer uma vida normal e assegurar combustível a todos veículos que prestam funções básicas ao abastecimento do país".

O "especial enfoque" vai para "ambulâncias, carros de bombeiros" e outras viaturas de emergência, disse.

"Foi a isso que nos obrigamos e temos tido sucesso nessa missão. Até ao sexto dia de greve temos conseguido que objetivo fosse cumprido", vincou.

"É com grande satisfação que chegamos ao sexto dia sem qualquer caso registado de qualquer viatura de emergência sem combustível", acrescentou.

Matos Fernandes referiu ainda que, "do lado da tutela da Energia", o Governo construiu "um plano muito robusto que não existia no país para situações como esta".

"Temos hoje uma rede muito capaz que permite dar as respostas de que o país necessita. Estão claramente definidos os sete postos a partir dos quais se faz o abastecimento de combustível e foi definida a REPA [Rede de Emergência de Postos de Abastecimento] e a REPA exclusiva", descreveu.

De acordo com o ministro, foram ainda "definidos todos itinerários para abastecer qualquer posto a partir dos sete postos de distribuição".

"Foi dada formação a mais de 500 elementos das forças armadas e forças segurança", notou.

Os motoristas de matérias perigosas cumprem hoje o sexto dia de uma greve por tempo indeterminado, depois de, nesta madrugada, ter falhado um acordo mediado pelo Governo numa reunião que durou cerca de 10 horas.

A falta de acordo foi comunicada pelo porta-voz do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e posteriormente confirmada pela Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) e pelo ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.

A greve começou na segunda-feira e para domingo está marcado um plenário do SNMMP, marcado para as 16:00 na Junta de Freguesia de Aveiras de Cima, segundo o porta-voz do sindicato.

A paralisação foi inicialmente convocada pelo SNMMP e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), mas este sindicato desconvocou o protesto na quinta-feira à noite, após um encontro com a Antram sob mediação do Governo.

No final do primeiro dia de greve, o Governo decretou uma requisição civil, parcial e gradual, alegando incumprimento dos serviços mínimos que tinha determinado.

Portugal está em situação de crise energética, decretada pelo Governo devido a esta paralisação para evitar que fossem afetados serviços essenciais à população.

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