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Morreu o antigo líder do Bloco de Esquerda João Semedo

O ex-coordenador do Bloco de Esquerda morreu, aos 67 anos, depois de anos de uma batalha contra o cancro, que lhe foi diagnosticado em 2013 e que o obrigou a afastar-se da vida política.

João Semedo, antigo líder do Bloco de Esquerda, morreu esta terça-feira, 17 de Julho. O ex-coordenador do Bloco de Esquerda morreu aos 67 anos depois de anos de uma batalha contra o cancro, revelou a estrutura partidária através de uma nota de pesar publicada no site oficial.

"Faleceu esta terça-feira, 17 de Julho, o dirigente bloquista João Semedo, ao fim de alguns anos de batalha contra o cancro", pode ler-se na nota.

Em 2013, João Semedo foi diagnosticado com cancro nas cordas vocais, doença que o obrigou a afastar-se da vida política. "A doença não lhe permitiu levar até ao fim o seu último desafio eleitoral, o da candidatura à Câmara do Porto nas autárquicas de 2017. Com as limitações da voz a condicionarem as intervenções públicas, fez questão de intervir na abertura da conferência que organizou em Lisboa sobre despenalização da morte assistida, em Fevereiro de 2018, com a participação de especialistas e deputados de vários partidos", escreveu a estrutura partidária. 

O antigo coordenador do Bloco de Esquerda teve uma vida dedicada à actividade política nacional e internacional, às artes e à medicina, tendo mesmo sido um dos autores da nova proposta de Lei de Bases da Saúde.

João Semedo, que nasceu em Lisboa, a 20 de Junho de 1951, assumiu que teve a vida que escolheu e a vida que quis, numa entrevista ao Observador, em Abril de 2017, onde assumia que preferia a política à medicina, porque a Política, disse na altura, trata "a sociedade mais do que as pessoas".

Membro da direcção do movimento cívico "Direito a morrer com dignidade", João Semedo nasceu a 20 de Junho de 1951, em Lisboa, cidade onde frequentou o Liceu Camões e onde se veio a licenciar, na Faculdade de Medicina de Lisboa, em 1975.

Depois de um longo percurso como médico e político, lançou em Janeiro de 2018, em conjunto com António Arnaut, o livro "Salvar o SNS - Uma nova lei de bases da Saúde para defender a democracia".

João Semedo fundou, em 2003, com outros ex-dirigentes do PCP, o Movimento da Renovação Comunista. No ano seguinte, aceitou o convite de Miguel Portas para integrar como independente as listas do Bloco para o Parlamento Europeu.

A aproximação ao Bloco de Esquerda prosseguiu com a participação de João Semedo nas listas às legislativas pelo Porto e acaba por se tornar deputado, substituindo João Teixeira Lopes, em Março de 2006.

Semedo acabou por aderir ao Bloco de esquerda em 2007 e protagonizou candidaturas autárquicas em Gondomar (enquanto independente em 2005), Gaia (2009) e Lisboa (2013).

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