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Moção de censura ao Governo foi rejeitada

Diogo Barreto
Diogo Barreto 05 de março de 2025 às 15:25
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No arranque do debate da moção de censura, Paulo Raimundo assegurou que o executivo de Luís Montenegro "está derrotado".

Foi chumbada a moção de censura apresentada pelo PCP ao Governo. Durante o debate, Luís Montenegro anunciou que iria apresentar uma moção de confiança (e as contas apontam para que não seja aprovada, já que Chega e PS já anunciaram votar contra). Moção de censura contou com 88 votos contra, 126 abstenções e 14 votos a favor. 

MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

Paulo Raimundo, o secretário-geral do PCP, na apresentação da moção de censura, afirmou que "nada do que o primeiro-ministro venha a dizer" durante o debate "alterará os factos" e acrescenta que "o Governo não tem condições para se manter em funções".

"É o momento da clarificação" de primeiro-ministro, afirmou Raimundo que lamenta que Montenegro tenha ignorado os "factos que o envolvem".

"Não foi o PCP que mordeu o isco, foram outros que caíram no truque que o Governo lançou para garantir a sua sobrevivência", acrescentou ainda o secretário-geral do PCP, numa farpa ao líder do PS, Pedro Nuno Santos, que acusou o PCP de ter caído na estratégia do executivo. "Perante o truque ou se cedia ou se enfrentava. Não andamos a brincar à política, brincar à política é brincar com a vida das pessoas", continuou Paulo Raimundo, por entre vaias dos deputados.

"O país preisa de clarificação política e este é o momento", começou por responder Luís Montenegro. "Não vale a pena disfarçar o indisfarçável, não podemos brincar com o País e avida dos portugueses. Temos um OE, estamos a conretizar o PRR, estamos a desenvolver todas as áreas do programa do Governo que este Parlamento viabilizou", começou por afirmar o primeiro-minsitro, acrescentando que os portugueses não entedem a "intenção descarada de desgastar o Governo".

"O país não pode ficar prisioneiro do egoísmo ou taticismo dos responsáveis da oposição", declarou Montenegro anunciando ainda que o Governo vai avançar com uma moção de confiança. 

O primeiro-ministro reconhece que a moção de confiança pode levar à queda do Governo, mas afirma que "se os partidos da oposição não assumem a legitimidade do Governo para governar, mais vale dois meses de instabilidade do que um ano e meio de degradação". 

Na interpelação feita por André Ventura em nome do Chega, o líder do partido assegura que nunca dará o voto de confiança a este Governo e diz que Montenegro tem "medo do escrutínio e avaliação parlamentar"

"Eu não recebi um cêntimo sequer de ninguém", assegura Montenegro, em resposta à Iniciativa Liberal e ao PCP, dizendo que esta situação se mantém desde que assumiu a liderança do PSD. "Não fui avençado", sublinhou.

Pelo PS falou Pedro Nuno Santos que acusou Luís Montenegro de fugir a dar explicações. "O senhor primeiro-ministro sabe que terá o chumbo do PS na moção de confiança que irá apresentar ao Parlamento. A responsabilidade pela crise política é só de uma pessoa, do senhor primeiro-ministro. Preferiu atirar o País para eleições a dar respostas à CPI. Entre fechar a empresa ou calar o Parlamento, o primeiro-ministro preferiu calar o Parlamento. Foge das explicações como o Diabo foge da cruz", afirmou Pedro Nuno Santos, criticando ainda que Luís Montenegro não tenha dado resposta às perguntas.

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Pedro Nuno Santos defendeu que Montenegro quer "evitar a comissão parlamentar de inquérito para não dar respostas", considerando que é preciso "dar explicações, por mais que as perguntas sejam incómodas". "E eu sei do que estou a falar. Fui escrutinado no parlamento numa comissão parlamentar bem dura", recordou, assegurando que nunca fugiu a nenhuma questão. 

O líder do PS referiu-se ainda ao vídeo do grupo parlamentar do PSD sobre as empresas do seu pai e do seu sócio, tendo dado como exemplo "os contratos de fundos comunitários, um milhão de euros em dez anos, que não são 1% da faturação da empresa nesse período". "Estamos a falar de uma empresa que caminha para as cinco décadas, 50 anos de existência. Não foram criadas por mim. Tem pavilhões, clientes, fornecedores, têm site. O número de telefone de site não é o do meu pai. É uma empresa. A sério. Sabe qual é a grande diferença? É que essa empresa não é minha, nem da minha mulher, nem do meu filho. É do senhor Américo Santos e do senhor Fernando Laranjeira. A sua é a sua e toda a gente no país percebeu que é sua", concluiu.

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