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Ministro critica foco dos estudantes nas propinas e sublinha aposta na ação social

O novo modelo de ação social estará concluído em dezembro e estará a funcionar no próximo ano letivo.

O ministro da Educação afirmou esta quarta-feira que "é um erro" os estudantes do ensino superior focarem as suas manifestações nas propinas, sublinhando que esse não é o principal custo de quem frequenta uma universidade ou um politécnico.

Ministro da Educação aborda custos para estudantes em Braga
Ministro da Educação aborda custos para estudantes em Braga MIGUEL A. LOPES/LUSA

Em declarações aos jornalistas em Braga, à margem da sessão comemorativa dos 25 anos da Escola de Medicina da Universidade do Minho, Fernando Alexandre adiantou que no próximo ano letivo estará a funcionar um novo modelo de ação social para garantir que nenhum aluno fique de fora do ensino superior por razões económicas.

"É um erro dos estudantes o foco nas propinas, porque as propinas não são o principal custo, e aquilo que nós temos de garantir é que os estudantes que não tenham condições económicas têm uma bolsa que suporta os custos do alojamento, do estudar e também das propinas, isso é que é importante", afirmou.

Os estudantes da Universidade do Minho convocaram para hoje uma manifestação contra o aumento das propinas, reivindicando a gratuitidade do ensino superior, maior investimento público e reforço do alojamento estudantil e da ação social escolar.

"Os estudantes têm todo o direito a manifestar-se, mas eu tenho-lhes dito que as propinas não são a questão mais importante do nosso sistema. Há muitas razões para injustiça, para desigualdade no ensino superior e no sistema educativo como um todo", reagiu Fernando Alexandre.

O ministro considerou mesmo que "reduzir as propinas é que é aumentar a desigualdade em Portugal".

"Porque quem tem acesso aos cursos com maior empregabilidade são os estudantes das famílias dos estratos socioeconómicos mais favorecidos, e aqueles que não são têm ação social", explicou.

Para o Governo, o caminho passa por reforçar a ação social, com um novo modelo que até dezembro estará concluído e estará a funcionar no próximo ano letivo.

"Nós vamos reforçar a ação social e, por isso, o foco do protesto, do meu ponto de vista, está errado, mas obviamente os alunos têm toda a legitimidade para protestar", acrescentou.

Lembrou que vai haver um aumento de 11 mil camas para estudantes no próximo ano e que, na ação social, já foi anunciado um reforço de 30 milhões de euros.

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