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Metro: Câmara do Porto critica Assembleia da República

08 de julho de 2016 às 09:48
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Recomendação defende o início da construção da ligação do ISMAI à Trofa até ao final de 2017 e a planificação que conduza ao prolongamento da Linha D até Vila D'Este e da Linha F até Gondomar

O presidente da Câmara do Porto exprimiu "preocupação" por a Assembleia da República (AR) ter aprovado por unanimidade uma proposta do PCP que recomenda ao Governo a expansão da rede do metro em Gaia, Gondomar e na Trofa.

"A cidade do Porto agradece às forças políticas da AR esquecerem o Porto. É gozar com as pessoas que estão lá fora", acrescentou Rui Moreira, que falava na quinta-feira à noite, na Assembleia Municipal do Porto.

A recomendação, aprovada horas antes, defende o início da construção da ligação do ISMAI à Trofa até ao final de 2017 e "que sejam tomadas as medidas necessárias para a planificação que conduza ao prolongamento da Linha D (Amarela) até Vila D'Este (Vila Nova de Gaia)" e da Linha F (Laranja) até Gondomar.

De fora ficou a chamada linha ocidental do Porto, que ligará a Estação de São Bento e Matosinhos via Campo Alegre e Parque da Cidade e que a autarquia considera prioritária.

O autarca aproveitou para recordar que o Governo, através do Ministério do Ambiente, indicou que seriam investidos 400 milhões de euros na expansão das linhas de metro do Porto e de Lisboa.

Segundo disse, a previsão era que 60% dessa verba, 240 milhões de euros, fossem para o Metro do Porto.

"Estou convencido de que para o Porto não haverá 240 milhões", acrescentou.

O deputado social-democrata Luís Artur manifestou "solidariedade com a Câmara" e o seu presidente e realçou que o PSD quer "saber qual será a distribuição de verbas" entre o Porto e Lisboa com base no custo e no benefício.

A CDU desvalorizou a posição de Rui Moreira e o PS manteve-se em silêncio.

Ainda sobre transportes, o deputado Belmiro Magalhães reafirmou as dúvidas que a CDU tem sobre a municipalização da gestão da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP), considerando que a solução acordada com o Governo "comporta sérios perigos" para o município.

"Pode ser um aligeirar de responsabilidade pela administração central", afirmou, opinando que, "a médio prazo, serão as autarquias a assumir investimentos" para renovar a frota "e eventuais prejuízos" e que no Porto isso pode condicionar investimentos noutros sectores.

Rui Moreira replicou dizendo que a CDU é um "partido profundamente centralista".

O autarca afirmou depois que "desconfiam do Porto, porque o capital da empresa fica todo no Estado" e só a gestão é que passa para os municípios (Gaia, Gondomar, Porto, Maia, Matosinhos e Valongo), ao passo que em Lisboa a Carris passa totalmente para a câmara, sem dívidas, assumindo ainda o Estado "todo o investimento necessário".

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