A especialista em bioinformática Ana Teresa Freitas considerou esta quarta-feira que a medicina personalizada e precisa, com a vulgarização do recurso a dados genéticos, "vai demorar algum tempo" a ser incorporada no Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas é inevitável.
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"A adaptação do novo paradigma ao SNS vai demorar algum tempo, não quer dizer que não se possam dar passos", afirmou, numa videoconferência promovida pela Culturgest sobre longevidade, em particular sobre a medicina de precisão e o impacto da tecnologia e do conhecimento genético na gestão da doença e do prolongamento do tempo de vida saudável.
Para a professora catedrática do Instituto Superior Técnico, em Lisboa, a medicina do século XXI é a medicina "centrada em tratar pessoas e não doenças".
"Uma medicina personalizada, preventiva, precisa e participativa", acentuou, defendendo que os testes genéticos são determinantes para se perceber, por exemplo, quais os medicamentos mais ajustados para uma pessoa tomar, evitando outros pelos seus efeitos secundários indesejáveis.
Ana Teresa Freitas é cofundadora de uma empresa que aplica a informação genética das pessoas para mantê-las saudáveis, traçando, com base nos dados, planos de estilo de vida personalizados.
Os testes genéticos, que podem ser feitos a partir de uma amostra de saliva, permitem avaliar o risco de doenças cardiovasculares.
Para Ana Teresa Freitas, a informação genética "é relevante" para aferir "a predisposição" das pessoas para certas "características" que podem influenciar "as suas opções" de vida.
Segundo a docente, o novo paradigma da medicina, personalizada e participativa, pressupõe que as próprias pessoas sejam "corresponsáveis na gestão da sua saúde", tarefa que pode ser facilitada com aplicações móveis que permitem monitorizar sinais vitais, a alimentação, o exercício físico ou, mesmo, fazer um eletrocardiograma em casa e depois ter uma consulta de telemedicina.
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