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Lula da Silva: "Durante estes dias tive o sentimento de estar em casa"

Presidente do Brasil discursou na Assembleia da República sob fortes aplausos da maioria dos presentes e protestos dos deputados do Chega.

O 49.º aniversário do 25 de Abril começou a ser assinalado esta terça-feira no parlamento com uma cerimónia de boas-vindas ao Presidente do Brasil, a última etapa da sua visita de Estado a Portugal.

Durante a sessão, Lula da Silva começou por agradecer o tempo que passou em Portugal afirmando: "durante estes dias tive o sentimento de estar em casa", um sentimento que diz ser partilhado por muitos brasileiros.

Durante todo o seu discurso, Lula da Silva foi aplaudido de pé pela maioria do parlamento, com os partido da esquerda, alguns deputados do PSD, bem como de Augusto Santos Silva e Marcelo Rebelo de Sousa.

Por outro lado, encontro esteve também marcado por protestos do Partido Chega que levou para o Parlamento cartazes com as palavras "Chega de corrupção" e bandeiras da Ucrânia. Sempre que se ouviam aplausos, os deputados contrapunham batendo nas bancadas de forma ruidosa, protesto que foi sempre ignorado por Lula da Silva.

O ato fez com que Augusto Santos Silva criticasse o comportamento e afirmasse: "Cortesia e educação é aquilo que é exigido a todos os portugueses. Chega de insultos, chega de degradar instituições, chega de envergonhar o nome de Portugal".

No término da sessão o Presidente da Assembleia da República pediu ainda desculpa a Lula da Silva pelos "insidentes" e agradeceu a "a coragem e educação de que deu provas".

Durante o discurso, o Presidente do Brasil quis ainda abordar um tema que tem sido contorverso: a guerra da Ucrânia. Aproveitou o momento para afirmar,  de forma muito clara, que o Brasil condena a invasão russa.

Não esqueceu também a importância do 25 de abril, recordando que "do outro lado do Atlântico, nós brasileiros, assistimos com esperança à revolução dos cravos" uma vez que "o êxito dos nossos irmãos portugueses mostrava-nos que em breve seriamos nós brasileiros a alcançar a democracia".

Não esqueceu Chico Buarque e recordou aCanção do Marque fala da Revolução dos Cravos: "Eu queria estar na festa, com a tua gente e colher pessoalmente uma flor no teu jardim. Sei que há léguas a nos separar, tanto mar, tanto mar. Sei também quanto é preciso navegar, navegar".

A sessão terminou com o hino nacional e com o hino do Brasil. À saída, Lula da Silva cumprimentou ou deputados da Assembleia mas saiu de costa voltadas para os deputados do Chega. Depois disse aos jornalistas que considerava estes protestos "ridículos", feitos por "meia dúzia de pessoas", mas que eram a "coisa mais natural da democracia".

"Eu não sei como é que estas pessoas vão chegar a casa e dizer que estiveram no parlamento, numa sessão solene de comemoração do 25 de Abril e dizer que foram fazer estas figuras. Só podem pensar que papelão".

(em atualização)

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