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Luís Filipe Menezes suspende temporariamente apoio a passes de idosos em Gaia, PS contra "corte"

Para o autarca, o programa ViverGaia+65 foi uma medida "completamente irresponsável".

O presidente da Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes, anunciou que o programa de apoio aos passes dos idosos "está a ser reavaliado e será retomado em 2026", mas o PS falou esta terça-feira em "corte" a 9.000 beneficiários.

Luis Filipe Menezes
Luis Filipe Menezes DR

"Esse programa de transportes está a ser reavaliado e será retomado em 2026, tudo faremos para que tal seja possível já no mês de fevereiro, mas, prioritariamente, para quem mais precisa, os mais débeis da nossa comunidade: pensionistas de escalões baixos e idosos de pensões mais baixas", tinha já publicado na rede social Facebook o presidente da Câmara na quarta-feira.

Esta terça-feira num comunicado oficial, o PS/Gaia manifestou-se contra o "corte do apoio municipal a cerca de 9.000 beneficiários do cartão Andante Municipal 3ª Idade / 'ViverGaia+65'".

Para Luís Filipe Menezes, o chamado programa ViverGaia+65, que comparticipa passes Andante da terceira idade em 17,50 euros num total de 22,5 euros, foi uma medida "completamente irresponsável".

"Este ano, por conhecimento tardio, 'só' se inscreveram 10 mil pessoas", segundo o autarca do PSD, que estimou que se todos os cerca de 70 mil idosos em Gaia se inscrevessem, "o que aconteceria progressivamente, a fatura poderia atingir duas dezenas de milhões de euros - com as condições atuais, injustas, dado a Câmara suportar custos logísticos de emissão, personalização e envio de cartões".

Falando numa "fatura pesada" paga no final deste ano, que não quantificou, carecendo a medida para 2026 também de apresentação oficial até ao momento, o autarca considera que a continuação da medida "seria a ruína do município".

Para Menezes, "não faz sentido subsidiar cidadãos com 2,3,4,5 e mais milhares de euros de pensão ou reforma", pelo que o apoio "regressará em fevereiro, com um conjunto de outras medidas de cariz social reforçadas", e "será para os pensionistas e reformados de mais baixos recursos".

Pelo PS, considerando que o presidente da câmara "cortou de forma abrupta o apoio municipal", a estrutura presidida pelo vereador João Paulo Correia fala numa "decisão tomada de ânimo leve, destituída de sensibilidade social e sem informar previamente os beneficiários".

"Subitamente, milhares de subscritores do cartão Andante Municipal 3ª Idade/'ViverGaia+65' ficam assim desprotegidos de um apoio essencial para grande parte dos utilizadores, além de incentivar a utilização do transporte público e de fomentar a mobilidade no concelho", consideram os cinco vereadores do PS/Gaia, que assinam o comunicado.

Assim, a estrutura local do PS considera a decisão "um retrocesso na melhoria da qualidade de vida de milhares de gaienses e critica a forma como o presidente da câmara decide matérias estruturais para Vila Nova de Gaia, isto é, à revelia das reuniões de câmara".

Em consequência, os vereadores do PS anunciaram também que "irão solicitar uma reunião de urgência com a administração da Transportes Metropolitanos do Porto, com o intuito de conhecer por completo a estatística e a informação financeira da aplicação da medida, e irão requerer o debate desta decisão na próxima reunião da Câmara Municipal".

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