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José Sócrates critica procurador Rosário Teixeira ao chegar ao tribunal

Antigo primeiro-ministro faz novas acusações ao Ministério Público e recusa-se a dar explicações aos jornalistas.

O ex-primeiro-ministro José Sócrates classificou hoje de "infeliz e imprópria" uma declaração do procurador Rosário Teixeira e pede que ele se retrate.

À entrada para o terceiro dia de interrogatório da fase de instrução da operação marquês, na qual é acusado de crimes económicos, Sócrates parou para falar aos jornalistas e criticar a postura do procurador Rosário Teixeira.

"Hoje reparei numa declaração do senhor procurador que dizia que no final se faziam as contas. Considero-a completamente infeliz e imprópria", afirmou.

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O antigo primeiro-ministro vincou que a frase do procurador do Ministério Público que liderou a investigação "é muito reveladora daquilo que esteve sempre na base deste processo".

Isto é "uma motivação pessoal", concluiu Sócrates.

Rosário Teixeira, à entrada para o tribunal não se furtou a falar aos jornalistas para dizer que não atacou ninguém, que "é uma invenção" e que não falou em "ajuste de contas".

"Esta é a fase da defesa, os arguidos podem dizer o que quiserem e as contas fazem-se no final depois de apreciada toda a prova" afirmou.

O procurador lembrou que o papel do Ministério Público é "sustentar a prova e fazer a leitura dos indícios de forma a construir uma acusação".

Esta quarta-feira continua o interrogatório do juiz Ivo Rosa e do Ministério Público ao ex-primeiro-ministro que deverá esgotar os quatro dias que foram marcados para se defender na fase de instrução.

Sócrates está acusado de corrupção, branqueamento de capitais, falsificação de documento e fraude fiscal qualificada. Ao todo, a Operação Marquês conta com 28 arguidos, acusados de 188 crimes.

Considera o MP que Sócrates recebeu, entre 2006 e 2015, um total de 34 milhões de euros, a troco de favorecimento a interesses do Grupo Espírito Santo, na concessão de financiamento por parte do banco público ao empreendimento Vale do Lobo e ao Grupo Lena, dinheiro esse que terá sido movimentado por contas de Carlos Santos Silva, o empresário amigo do ex-governante também acusado neste processo.

A fase de instrução, facultativa e requerida por 19 arguidos, visa apurar se existem indícios suficientes para o processo seguir para julgamento e, se sim, em que termos.

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