Pedro Nuno Santos admitiu que o anterior governo socialista não fez tudo bem quanto à imigração e anunciou que irá propor uma solução legislativa para regularizar imigrantes que estão a trabalhar.
O ministro da Presidência saudou esta sexta-feira "a mudança de opinião" do secretário-geral do PS sobre a política da imigração do Governo, dizendo que Pedro Nuno Santos "dá razão" agora ao primeiro-ministro, que atacava há algumas semanas nesta matéria.
António Leitão Amaro reagia, no Campus XXI, à entrevista ao Expresso do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, em que admite que o anterior Governo socialista não fez tudo bem nos últimos anos quanto à imigração e em que anuncia que irá propor uma solução legislativa para regularizar imigrantes que estão a trabalhar, recusando recuperar a manifestação de interesses.
"Queríamos saudar a mudança de opinião do líder do Partido Socialista. É uma das maiores mudanças de opinião de um líder da oposição de que há memória em Portugal", afirmou.
Leitão Amaro referiu que "ainda há semanas, o líder do PS atacava o primeiro-ministro por ter mudado a política de imigração em Portugal". "Agora dá-lhe razão. O líder do PS reconheceu que o PS estava errado e que o PS governou de forma muito errada na imigração. E o líder do PS reconheceu que o primeiro-ministro e a posição e a nova política do Governo estão corretas", defendeu.
Confrontado com as críticas do secretário-geral do PS de que existe um vazio na lei depois de o atual executivo ter acabado com o regime da manifestação de interesse, o ministro rejeitou esse entendimento. "Não há vazio legal nenhum. Havia uma porta escancarada e a porta fechou-se", disse, acrescentando que a escolha é entrar em Portugal cumprindo as regras e salientou que o Governo já criou um regime transitório.
JOÃO RELVAS/LUSA
Questionado se o Governo tem abertura para o diploma que o PS irá apresentar, Leitão Amaro respondeu genericamente que o Executivo está disponível "para obter os contributos de todos".
"O ponto é este: o rumo de uma nova política de imigração que o Governo trouxe está certo ou está errado? Até ontem, até há poucos dias no parlamento, o líder da oposição dizia que estava errado e juntou-lhe uma série de adjetivação. Hoje disse o contrário do que tinha dito e reconheceu que o Governo estava certo e está certo", considerou.
Sobre as críticas do secretário-geral do PS em relação à forma como o Governo tem gerido as perceções sobre segurança, Leitão Amarão reconheceu que nesse campo ainda há muitas diferenças entre os dois partidos.
"Provavelmente, ainda não foi hoje que Pedro Nuno Santos mudou a sua abordagem facilitista e permissiva sobre a segurança. Provavelmente também aí vai mudar de opinião", disse, reiterando que o governo está "inabalavelmente comprometido" com a defesa da segurança de quem vive em território nacional mas rejeitando ligar este tema ao da imigração.
Nas declarações à comunicação social na sede do Governo, Leitão Amaro salientou que, na entrevista, o líder do PS não só aceita a política do Governo de acabar com a manifestação de interesse, mas concorda que a imigração "tem de ser feita de direitos mas também de deveres, desde logo de respeito dos valores constitucionais portugueses e de um esforço de integração na língua, na vida na comunidade, no trabalho, na cultura portuguesa".
"O Governo mudou a política da imigração e, pelos vistos, há cada vez mais gente a perceber que era mesmo necessário mudar, que a governação do PS deixou efetivamente decisões e práticas erradas", sublinhou.
O ministro admitiu que continuarão a existir "diferenças enormes" entre o PS e o Governo em muitas matérias, incluindo a da imigração. "Agora, estamos melhor hoje, no sentido em que há mais uma força política que saiu do erro e aderiu à nova política de imigração, às suas linhas principais e concordou com o primeiro-ministro", considerou.
Leitão Amaro escusou-se a comentar a parte da entrevista em que Pedro Nuno Santos admite a realização de eleições legislativas antecipadas, dizendo que "os portugueses nem querem falar nesses cenários".
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