A SÁBADO revelou que na apresentação da candidatura presidencial, o almirante tinha ao seu lado o seu antigo "segurança pessoal" de quando ocupava funções na Marinha. Candidato nega que o tenha contratado para essas funções, embora o próprio tenha pedido à Marinha "acumulação de funções" e cumprido, visivelmente, esse papel durante aquela cerimónia.
O almirante Gouveia e Melo negou, na quarta-feira à noite ementrevista à RTP3, ter tido ao seu serviço como "segurança pessoal", o militar que ocupou estas funções enquanto era chefe do Estado-Maior da Armada. Esta função, que terá desempenhado na apresentação da candidatura presidencial do almirante, foi denunciada pela SÁBADO e não foi negada pela candidatura de Gouveia e Melo - referindo apenas que foi contratada uma empresa de segurança privada e que o militar não estava ligado a ela - e a própria Marinha admitiu que o sargento-chefe fuzileiro se encontrava em "acumulação de funções" e especifica que foi "no decorrer de uma apresentação de candidatura presidencial".
DR
O problema é que o uso de um militar em funções para fins políticos pode violar o dever de isenção e o facto de o sargento-chefe fuzileiro Francisco Miguel Branco Marques não ter licença ou alvará para exercer a função de segurança privado incumpre a lei civil e militar.
Ontem, na RTP3, Gouveia e Melo foi peremptório: "Não admito que esteja a incorrer numa ilegalidade nem admito que essa pessoa esteja ao meu serviço. Essa pessoa foi convidada, como outros militares foram convidados no evento". Voltando a reforçar que não contratou o sargento-chefe fuzileiro para "fazer nenhum serviço de segurança".
"Aliás quem fez o serviço de segurança foi uma empresa contratada pelo movimento que me apoia. Esse militar, se esteve lá, foi como convidado." Já à SÁBADO a candidatura do almirante - a Associação Honrar Portugal (AHP) - tinha respondido ter contratado, para esta apresentação pública, "uma empresa de segurança com experiência no mercado, detentora dos devido alvarás emitidos pelo Ministério da Administração Interna" (que a SÁBADO sabe ter sido a empresa PowerShield – Segurança Privada). E, fonte oficial da candidatura de Gouveia e Melo admitiu que o sargento-chefe fuzileiro Francisco Miguel Branco Marques não tem qualquer ligação a esta empresa, nem qualquer outra licença que lhe permita cumprir os serviços de "guarda-costas".
Ora, foi visível no evento que o militar surgiu ao lado do candidato presidencial, afastando a multidão que tentava aproximar-se para o felicitar. Mais, a própria Marinha esclareceu que Francisco Miguel Branco Marques "está na situação de [militar no] ativo, a desempenhar funções de adjunto no Gabinete de Igualdade de Género, da Direção de Pessoal da Marinha". Porém, requereu, a 7 de janeiro deste ano, acumulação de funções; o pedido foi autorizado, pelo diretor de pessoal da Marinha, nesse mesmo dia. Apesar de a Marinha referir "que nem o pedido de acumulação de funções, nem a autorização, têm de especificar a quem se destinam os serviços", é a própria entidade que acaba por confirmar à SÁBADO que "a acumulação de funções" do sargento-chefe fuzileiro Francisco Miguel Branco Marques foi "desenvolvida pelo militar no decorrer de uma apresentação de candidatura presidencial".
Por seu lado, Gouveia e Melo admitiu apenas a existência de "relação de amizade" e que tudo se deve a "uma bolha mediática que anda a criar ruído à minha volta, se calhar porque sou o tal outsider do sistema".
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.
Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.