Isabel Soares, diretora do Colégio Moderno, em Lisboa, filha do fundador e primeiro líder do PS, é a presidente do Conselho de Administração da agora Fundação Mário Soares e Maria Barroso.
A Fundação Mário Soares, desde agosto deste ano também com o nome da mulher do antigo Presidente da República, Maria Barroso, tem uma nova administração e apresenta na quinta-feira o seu plano de ação até 2025.
Isabel Soares, diretora do Colégio Moderno, em Lisboa, filha do fundador e primeiro líder do PS, é a presidente do Conselho de Administração da agora Fundação Mário Soares e Maria Barroso.
Neste órgão de administração, que tomou posse em 25 de novembro, estão ainda mais quatro elementos: Carlos Monjardino (vice-presidente), Mário Barroso Soares, Nuno Severiano Teixeira e Fernanda Rollo. O Conselho Geral da Fundação é presidido pelo advogado Vasco Vieira de Almeida.
"É importante esta mudança de nome da fundação, porque significa não só olhar para a herança e para o legado de Mário Soares, mas também para Maria de Jesus Barroso e para a sua dinâmica em conjunto", declarou à agência Lusa a historiadora, professora universitária e ex-secretária de Estado do Ensino Superior Fernanda Rollo.
Na quinta-feira, além da apresentação do plano estratégico até 2025, a fundação inaugura uma exposição intitulada "Mário Soares, Europa connosco", assinalando o 96.º aniversário do nascimento do antigo primeiro-ministro (1976/1978 e 1983/1985) e chefe de Estado de Portugal (1986/1996) e salientando o papel central que desempenhou para a adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE).
Em termos de projetos de curto prazo, nos próximos meses, equipas da fundação estarão evolvidas em trabalhos para o tratamento do arquivo histórico do PS, e será aberta a nova Biblioteca Mário Soares, projeto em colaboração com a Câmara Municipal de Lisboa.
Fernanda Rollo, que integra o novo Conselho de Administração, afirma que a fundação vai manter sem alterações "a sua função inicial de contribuição para a promoção de uma cultura cívica e democrática, agora também inspirada no legado de Maria de Jesus Barroso".
"Haverá uma preocupação grande de partilhar e de inspirar junto das novas gerações o que foi a atuação de Mário Soares e de Maria de Jesus Barroso. A fundação continuará igualmente a desenvolver a matriz de acesso ao conhecimento e disponibilização pública", refere.
Falando sobre o plano estratégico até 2025, Fernando Rollo especifica que a fundação "terá três eixos fundamentais de atividade: a questão do Portugal contemporâneo, uma missão sempre muito frisada por Mário Soares; a continuidade da matriz de reflexão estratégica, através da promoção da cultura cívica e democrática; e uma atenção agora maior na questão do humanismo por inspiração direta de Maria de Jesus Barroso".
"Em 2024, aproximam-se o centenário do nascimento de Mário Soares e o cinquentenário do 25 de Abril de 1974. E manteremos uma missão de contribuir para a promoção do debate público e para a definição de políticas públicas", salienta ainda.
Além da vertente ligada ao debate público, a ex-secretária de Estado do Ensino Superior destaca também o papel de Mário Soares, "com a contribuição importante do professor Mário Ruivo", para a criação da Comissão Mundial dos Oceanos.
"Daremos prioridade a este tópico relacionado com a governação global e democrática dos oceanos, a par da componente sobre a política europeia", completa Fernanda Rollo.
No que respeita à componente do arquivo, a historiadora assinala que a fundação "tem um dos arquivos mais importantes para a História do Portugal contemporâneo", sobretudo em relação ao período da segunda metade do século XX.
"Esse é um legado absolutamente inestimável. O espólio que está entregue à fundação continuará como tal. Nada disso foi posto em causa. Os fundos [documentais] próprios da fundação, constituídos ainda em vida do antigo Presidente da República, são sua pertença. Os que estão lá depositados por várias personalidades e entidades também não estão postos em causa", esclarece Fernanda Rolo, afastando assim projetos que apontavam para a transferência de parte do espólio documental da fundação para outras instituições.
Neste ponto, Fernanda Rollo assegura mesmo que estes fundos vão continuar a ser trabalhados arquivisticamente e que, em termos de ação, se procurará dar "um estímulo muito forte para que a comunidade e a sociedade em geral os conheçam, estude e os divulgue".
"Essa tem de ser uma missão muito clara: Valorizar e disponibilizar o acesso aos arquivos", frisa a ex-secretária de Estado do Ensino Superior.
Interrogada sobre a atual situação financeira da fundação, que se terá complicado nos últimos anos de vida do fundador e primeiro líder do PS, Fenanda Rollo considera que a Fundação Mário Soares e Maria Barroso está a procurar "modernizar-se a esse nível".
"Além de fundos próprios, tem também o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e procura candidatar-se a projetos nacionais e europeus no sentido de salvaguardar um espólio de dimensão nacional. Esta componente [financeira] nunca esteve posta em causa, embora se possa equacionar o futuro em termos de sustentabilidade duradoura. Trata-se agora de reforçar os mecanismos de sustentabilidade da fundação", acrescenta a vogal da administração desta fundação.
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