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Fake News: Facebook está a "explorar formas de envolver 'fact checkers'" em Portugal

02 de julho de 2019 às 15:50
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Andy O'Connell sublinhou que o Facebook é composto essencialmente "por pessoas que se conectam com a família e amigos" sobre "maioritariamente assuntos privados".

O diretor de políticas públicas doFacebookInc, Andy O'Connell, afirmou hoje no parlamento que a rede social está a "explorar formas de envolver 'fact checkers' [verificadores de factos]" em Portugal, além da parceria com o Observador.

Andy O'Connell falava na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, no âmbito de uma audição de representantes do Facebook sobre informação e desinformação ['fake news'] na era digital.

"Temos 50 parceiros de 'fact checkers' em 40 línguas em todo o mundo", afirmou o responsável, que garantiu o compromisso do Facebook no combate à desinformação.

"Em Portugal temos o nosso primeiro 'fact checker' com o Observador desde o início de maio e estamos atualmente a explorar formas de envolver 'fact checkers' em Portugal e em toda a parte", acrescentou Andy O'Connell.

Um 'fact checker' é alguém ou uma empresa que verifica os factos, a informação disponível em plataformas 'online', e certifica se os conteúdos são ou não verdadeiros.

Andy O'Connell considerou importante haver o "maior contexto possível" local nos países onde o Facebook opera, salientando que a dona da rede social tem profissionais que falam português e que ajudam nessa missão.

Com o aproximar das eleições legislativas em Portugal, no início de outubro, o Facebook pretende "trabalhar de perto" com a Comissão Eleitoral, com os vários partidos, de forma a ter "o maior contexto possível" da realidade portuguesa.

"Portugal tem eleições legislativas no início de outubro. Estamos conscientes da sensibilidade desse período e partilhamos as expectativas de que as eleições corram de forma suave", afirmou, reiterando que o Facebook está comprometido em combater comportamentos na rede social que tenham impactos nocivos.

Andy O'Connell sublinhou que o Facebook é composto essencialmente "por pessoas que se conectam com a família e amigos" sobre "maioritariamente assuntos privados".

Ou seja, "94% dos conteúdos são privados e apenas 4% são notícias", destacou.

Toda a informação que viola os procedimentos da rede social como conteúdos ligados ao terrorismo, discurso do ódio são retirados da rede social.

"Eliminamos mais de um milhão de contas falsas por dia utilizando a inteligência artificial", explicou o responsável na audição.

"Utilizamos a inteligência artificial para detetar mais de 99,6% das contas falsas", acrescentou.

A rede social também aposta na redução do acesso à visualização de determinados conteúdos que, embora não violem os padrões da multinacional tecnológica, sejam problemáticos.

Trata-se de "conteúdos de 'clickbait' [estratégia para aumentar o tráfego], sensacionalismo ou polémicos", referiu, salientando que a estratégia do Facebook é reduzir a distribuição, o que diminui o número de pessoas que vê o conteúdo.

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