Sábado – Pense por si

Ex-ministra da Saúde diz que só um país "sem cabeça" destruiria o SNS

18 de maio de 2018 às 17:54
As mais lidas

Maria de Belém Roseira referiu o Serviço Nacional de Saúde como instrumento do Estado para a redução das desigualdades entre cidadãos.

A antiga ministra da Saúde Maria de Belém Roseira disse esta sexta-feira que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem de ter futuro, porque só um país "sem cabeça" destruiria a sua melhor instituição pública.

"O problema [do SNS] não é tanto a afectação de recursos, precisamos de mais com certeza, mas é que esses recursos sirvam para melhorar a organização e o funcionamento do sistema", disse a antiga governante à agência Lusa, em Coimbra, no final da sessão de abertura do III Congresso "Serviço Nacional de Saúde: Património de Todos", em que participou em representação do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.

A antiga ministra, que preside à comissão de revisão da Lei de Bases da Saúde, defendeu que o SNS tem de ser um instrumento do Estado ao serviço da redução das desigualdades entre cidadãos.

"Para conseguirmos dar atenção às pessoas nas suas necessidades, o SNS tem de ser descentralizado e participado", defendeu Maria de Belém Roseira.

"Já não estamos há 40 anos, percorremos um longo caminho, e já percebemos que para além dessa participação e descentralização temos de ter um sistema e um SNS que tenha uma organização próxima das pessoas, ao seu serviço, com elasticidade e centrado nos ganhos em saúde", sublinhou.

Relativamente à Lei de Bases da Saúde, que em meados de Junho vai entrar em discussão pública, disse que "não pode acabar com o subfinanciamento, mas estabelece a importância do SNS".

"Tem de haver muito mais educação para a saúde e envolvimento dos vários agentes locais para, de acordo com os recursos de cada comunidade, investirmos na prevenção da doença e na promoção da saúde", sublinhou.

O III Congresso "Serviço Nacional de Saúde: Património de Todos", organizado pela Fundação SNS em parceria com o município de Coimbra, termina no sábado.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
No país emerso

Por que sou mandatária de Jorge Pinto

Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.