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Discurso de Lula no 25 de Abril divide opiniões dos partidos

Os partidos à direita demonstra-se contra a presença de Lula da Silva na sessão solene do 25 de Abril enqunato o PCP considera que "faz todo o sentido".

Apesar de na quinta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, ter anunciado a possibilidade do presidente do Brasil, Lula da Silva, discursar no Parlamento português durante a sessão solene de celebração do  de Abril nem todos os partidos concordam que tal seja adequado.

REUTERS/Ueslei Marcelino

Este anunciou surpreendeu os líderes parlamentares, uma vez que garantem que nada foi discutido em conferência de líderes. André Ventura, líder do Chega, foi o primeiro a denunciar que este anúncio tinha sido feito à revelia do conhecimento dos deputados. Utilizou a sua intervenção no Parlamento para referir que considera: "Um pouco desrespeitoso ser um ministro e não Vossa Excelência [Vice-presidente da Assembleia da República Adão e Silva] a anunciar quem discursa nesta casa".

Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal também classificou o sucedido como um "atropelo inaceitável àquilo que é a instituição parlamentar" e aos seus "procedimentos próprios" que ditam que a "sessão solene do 25 de Abril seja discutida em âmbito de conferência de líderes".

O PSD foi o último partido da direita a prenunciar-se e acabou por assumir que os sociais-democratas não querem ver Lula da Silva a discursar na Assembleia da Républica durante aquela sessão solene: "O PSD aceita que o chefe de Estado brasileiro discurse no Parlamento, mas não na sessão solene dedicada ao 25 de Abril".

Já à esquerda o PCP considera que a visita oficial do Presidente do Brasil a Portugal "faz todo o sentido", assim como a sua participação numa sessão solene de comemoração do 25 de Abril.

A coordenadora do Bloco Esquerda defendeu este sábado que "a vinda de Lula da Silva a Portugal é uma boa notícia" referindo ainda que lhe parece "ótimo" que discurse no 25 de Abril, no entanto esta deve ser "uma decisão do parlamento".

O Bloco acusou ainda João Gomes Cravinho de ter metido "a pata na poça" ao avançar com o anúncio.

João Gomes Cravinho encontrava-se em Brasília e foi durante uma conferência de imprensa no Palácio Itamaraty, em conjunto com o ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil, que salientou que esta será "a primeira vez que um chefe de Estado estrangeiro faz um discurso nessa data".

Já na sexta-feira, o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, sentiu a necessidade de esclarecer que o que tinha sido apresentado por João Gomes Cravinho se tratava realmente de uma "sessão de boas-vindas ao presidente do Brasil".

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