Sábado – Pense por si

Diretores defendem entendimento para resolver constrangimentos com manuais

17 de maio de 2019 às 13:03
Capa da Sábado Edição 26 de agosto a 1 de setembro
Leia a revista
Em versão ePaper
Ler agora
Edição de 26 de agosto a 1 de setembro
As mais lidas

O presidente da Associação de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas refere que "há uma série de constrangimentos que estão a fazer com que o processo esteja a ser feito de forma mais lenta".

O presidente da Associação de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima, defendeu hoje que o Governo, o setor livreiro, professores e pais devem reunir-se para ultrapassar os constrangimentos com os manuais escolares.

Em declarações à agência Lusa, Filinto Lima referiu que "há uma série de constrangimentos que estão a fazer com que o processo esteja a ser feito de forma mais lenta".

As declarações de Filinto Lima surgem na sequência da auditoria levada a cabo pelo Tribunal de Contas (TdC) ao programa de gratuitidade de manuais escolares e que revelou que este ano letivo só 4% dos manuais oferecidos aos alunos eram reutilizados.

"Admito que o TdC diga que é um processo que está a ser lento, mas quero alertar para alguns constrangimentos em relação aos manuais escolares do 1.º ciclo: enquanto estes manuais forem concebidos da forma como são, ou seja, com espaços para alunos preencherem, espaços para colorir e de colagem de autocolantes, não é fácil, eu diria até impossível, a reutilização dos manuais para o ano seguinte", sublinhou.

Na opinião do presidente da ADAEP, deve haver um entendimento entre o Ministério da Educação e quem concebe os materiais.

"Temos de encontrar um meio termo e não devemos cair na paranoia de tratar o manual escolar como uma obra de arte. O manual é para ser sublinhado. Temos de atacar a conceção dos manuais escolares de uma forma diferente", disse.

Filinto Lima lembrou a importância da gratuitidade dos manuais e, por isso, defendeu um entendimento entre todos os envolvidos.

"Temos de melhorar a aposta de forma a que os manuais sejam gratuitos até ao 12.º ano, para que não seja posta em causa uma política social tão importante", concluiu.

Na auditoria, o TdC alertou para a possibilidade de a "fraca reutilização" de manuais pôr em causa a viabilidade desta iniciativa.

Contudo, numa resposta à auditoria, o Ministério da Educação indicou ter como prioridade o incentivo à reutilização dos manuais escolares e referiu que já houve um reforço do orçamento para este programa.

O Ministério da Educação garantiu que "a necessidade de reforçar as ações tendentes ao incentivo da reutilização, apontada pelo Tribunal de Contas como essencial para o equilíbrio orçamental da medida é também uma prioridade deste Governo".

A este propósito, assegurou já ter adotado um conjunto de estratégias para o efeito, tais como a criação do "Manual de Apoio à Reutilização de Manuais Escolares", que foi publicado em janeiro deste ano.

A auditoria alerta ainda para a suborçamentação do programa de reutilização dos manuais escolares: para o próximo ano letivo, por exemplo, a verba é um terço do valor previsto, faltando cerca de 100 milhões de euros para garantir que todos os manuais são pagos.

A tutela indicou igualmente que "já houve reforço do orçamento para manuais, existindo também, para fazer face a este custo, verba disponível na reserva do programa orçamental do Ministério das Finanças para o efeito".

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!

O resort mais rico e fechado

Não foi fácil, mas desvendamos-lhe os segredos do condomínio mais luxuoso de Portugal - o Costa Terra, em Melides. Conheça os candidatos autárquicos do Chega e ainda os últimos petiscos para aproveitar o calor.

Cuidados intensivos

Regresso ao futuro

Imaginemos que Zelensky, entre a espada e a parede, aceitava ceder os territórios a troco de uma ilusão de segurança. Alguém acredita que a Rússia, depois de recompor o seu exército, ficaria saciada com a parcela da Ucrânia que lhe foi servida de bandeja?