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Depressão Elsa: Rio galga avenida do Douro na Régua e cidade está em alerta

20 de dezembro de 2019 às 15:13
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"Vamos tentar minimizar o mais possível aquilo que possam vir a ser os estragos", frisou o autarca José Manuel Gonçalves.

O caudal do rio Douro galgou a avenida do Douro, no Peso da Régua, e os comerciantes da principal artéria da cidade, a João Franco, foram avisados para retirar os seus bens, disse o presidente da câmara.

"A previsão é que a água do rio vá subir, ainda não conseguimos ter uma perceção até onde, mas na zona da João Franco, já toda a gente foi contactada para retirar os pertences, pelo menos do rés-do-chão", afirmou José Manuel Gonçalves.

A autarquia cortou ao trânsito as avenidas do Douro, onde o caudal do rio já entrou na parte mais baixa, a da Galiza e ainda a João Franco, que é a principal zona comercial da cidade.

O autarca disse que se está em "alerta vermelho" que as previsões para as próximas horas são de um agravamento das condições meteorológicas, que a comissão de proteção civil vai reunir e pode ativar o plano de emergência.

"Vamos tentar minimizar o mais possível aquilo que possam vir a ser os estragos", frisou.

Na zona da Barroca, na avenida do Douro, a água já entrou na garagem da casa de Artur Teixeira, que agora se prepara para começar a retirar os bens do primeiro andar.

"A minha preocupação é que chegue cá em cima. Vou preparar tudo para termos tempo de tirar tudo se continuar a subir", afirmou à agência Lusa.

A mãe, Maria Branca, vive um pouco mais acima da pequena rua. "Agora vou ajudar o meu filho e depois, se precisar, ajuda-me ele a mim", referiu.

Branca nasceu na Barroca e, por isso, conhece bem o Douro. "Aqui é sempre onde o rio entra primeiro", contou.

Já há uns anos que o rio não subia tanto como hoje, mas Maria Branca recordou o Natal em que tiveram de levar "as batatas e o bacalhau" e comer numa casa emprestada por amigos.

 "Espero bem que não se repita este ano", salientou, ao mesmo tempo que pedia ao presidente da câmara: "não nos abandone aqui".

Mais acima, na vila do Pinhão, no concelho de Alijó, o rio também inundou a zona ribeirinha, atingindo bares e restaurantes, bem como uma loja de venda de vinhos e stands de venda de viagens de barco, uma zona de lazer e parque infantil.

O vice-presidente da Câmara de Alijó, Vítor Ferreira, disse que se está a "monitorizar constantemente subida do rio".

A passagem da depressão Elsa, em deslocação de norte para sul, provocou em Portugal dois mortos, um desaparecido e deixou perto de 80 pessoas desalojadas, registando-se entre quarta-feira e as 12:00 de hoje cerca de 7.000 ocorrências, na sua maioria inundações e quedas de árvore.

Num balanço feito ao início da tarde, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) referiu que os distritos mais afetados são Porto, Viseu, Aveiro, Coimbra, Braga e Lisboa.

Segundo a Proteção Civil, até às 20:00 deverá verificar-se um agravamento do estado do tempo, sendo depois expectável que a situação comece a estabilizar.

O mau tempo provocou também danos na rede elétrica, afetando a distribuição de energia a milhares de pessoas, em especial na região Centro.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) tem hoje sob aviso laranja (o segundo mais grave) 12 distritos de Portugal continental e a costa norte da Madeira devido sobretudo à agitação marítima. Leiria, Santarém e Portalegre estão sob aviso laranja também devido às previsões de precipitação forte durante a tarde.

O IPMA alertou para os efeitos de uma nova depressão, denominada Fabien, que atingirá Portugal no sábado, em especial o Norte e o Centro, estando previstos intensos períodos de chuva e vento forte de sudoeste, com rajadas que podem atingir 90 km/hora no litoral norte e centro e 120 km/hora nas terras altas.

Segundo o IPMA, os efeitos da depressão Fabien não deverão ter em Portugal continental a mesma intensidade do que os da tempestade Elsa, prevendo-se uma melhoria gradual do estado do tempo a partir de domingo.

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