Pedro Rodrigues reage com "estranheza" à decisão de Rui Rio de criar grupos de trabalho para reformas que já tinham sido discutidas no PSD.
Há quatro reformas que Rui Rio promete há muito: a da Justiça, a do sistema eleitoral, a da Constituição e a dos estatutos do partido. Esta semana, a anunciou quatro grupos de trabalho para discutir estes temas. Problema? Há quase um ano que tem na gaveta as ideias para a reforma do sistema político que lhe foram apresentadas depois de um debate interno de oito meses.
Rui Rio PSDLusa
"Em matéria de reforma do sistema político a posição do PSD está consolidada na sequência de um trabalho de reflexão e discussão que durante oito meses envolveu militantes, académicos, autarcas e órgãos do partido e que resultou na apresentação de propostas no programa eleitoral do PSD", nota à SÁBADO o deputado Pedro Rodrigues, que tinha sido mandatado por Rio para conduzir essa reflexão interna e passou para o lote dos críticos depois de ter visto as ideias que desenvolveu ficarem na gaveta sem qualquer explicação do líder.
Para Rodrigues, o anúncio dos novos grupos de trabalho feito pela direção do partido consiste mais num adiar de soluções do que num avanço.
"Não é aceitável que o PSD maquilhe a sua falta de iniciativa política com a necessidade de persistir discutindo um tema em que a posição do partido é absolutamente clara e se encontra consolidada", entende o crítico, que acusa o líder de empurrar com a barriga a tomada de posições claras sobre as reformas que defende.
"O PSD não pode persistentemente continuar a criar grupos de trabalho adiando a tomada de posições nos locais próprios", ataca Pedro Rodrigues, que diz não ter faltado debate interno no que toca à reforma do sistema eleitoral.
"Durante oito meses foram ouvidas dezenas de personalidades, autarcas, as assembleias distritais do PSD num processo em que inclusivamente participou o fundador do PSD Francisco Pinto Balsemao como presidente do conselho de opinião que reuniu especialistas na matéria", recorda, incitando Rui Rio a apresentar ideias em vez de grupos de trabalho.
"É por isso tempo de o PSD ser fiel ao seu compromisso com os eleitores e apresentar na Assembleia da República uma proposta de alteração ao sistema eleitoral que potencie a aproximação entre eleitos e eleitores, introduza transparência na atividade política e reforce os mecanismos de responsabilização política", insiste.
Pedro Rodrigues recorda que "por diversas vezes" disse ao Presidente do Partido e ao Presidente do Grupo Parlamentar que tem "um projeto de revisão da lei eleitoral em condições de ser discutido pelo grupo parlamentar com o propósito de ser discutido na Assembleia da República". E não entende por que motivo essas ideias caíram em saco roto.
"É com enorme estranheza que constato que persistimos no PSD a optar por adiar em assumirmos as nossas responsabilidades políticas e os nossos compromissos com os eleitores", afirma o parlamentar.
Rodrigues recorda, aliás, que está também por fazer a prometida reforma dos estatutos do partido, lembrando a Rio que falta convocar um Congresso para esse efeito.
"Desde o Congresso de 2018 que o partido tem essa reflexão desenvolvida apenas aguardando que o Presidente do PSD tome a iniciativa de convocar um Congresso Estatutário para o efeito", frisa Rodrigues.
Crítico acusa Rio de adiar decisões sobre reformas
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