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Cristas: Sócrates e Pinho são "desonra do PS"

09 de maio de 2018 às 18:27
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Um dos momentos mais agressivos do debate quinzenal desta terça-feira foi protagonizado pela líder do CDS-PP, Assunção Cristas.

Um dos momentos mais agressivos do debate quinzenal desta terça-feira foi protagonizado pela líder do CDS-PP, Assunção Cristas. A centrista sugeriu ao primeiro-ministro uma auditoria no Ministério da Economia, referindo que há um actual ministro que foi assessor no gabinete do antigo ministro Manuel Pinho.

"Causa-me alguma estranheza que, pelo menos, em relação ao Ministério da Economia não seja feito um escrutínio e uma auditoria interna muito profunda para perceber o que aconteceu, então, quando, de resto, tínhamos um actual ministro deste Governo que era assessor daquele gabinete", disse Assunção Cristas, no debate quinzenal com o primeiro-ministro, no parlamento. Além disso, a líder centrista diz ainda que os casos de Sócrates e de Pinho não são, como diz o PM, uma "desonra para a democracia" mas sim "uma desonra para o PS".


O chefe do Governo respondeu à líder centrista que está em curso uma investigação criminal, que dispõe de instrumentos que permitem ao Ministério Público ir mais longe do que uma sindicância. "Ora se o Ministério Público já no âmbito criminal, em que os instrumentos de investigação são muito mais intrusivos e permitem maior aprofundamento do conhecimento, tem uma investigação aberta, que sentido faz agora pedir uma sindicância, para o Ministério Público fazer em sede administrativa o que já está a fazer em sede criminal?", questionou António Costa.

"Ou a senhora deputada não confia no Ministério Público? Olhe, eu confio no Ministério Público", acrescentou o primeiro-ministro.

Este tema marcou as questões que a líder centrista colocou ao primeiro-ministro no debate quinzenal, que começou por perguntar se estava em curso algum procedimento de escrutínio e ou de prevenção.

"Depois de termos visto que havia surpresa do lado de vários dirigentes do PS, aliás ministros do seu Governo, em relação ao que seu passou num anterior Governo de que o senhor fez parte no início (mas teve colegas que fizeram parte durante bastante mais tempo e até ao fim), percebemos que houve surpresa porque ninguém viu nada, ninguém ouviu nada, ninguém se apercebeu de nada", disse, a introduzir.

"Eu dou isso de barato e não me compete a mim estar a duvidar disso, mas compete perguntar-lhe, enquanto primeiro-ministro, se isso foi assim e se isso é assim, o que é que o senhor primeiro-ministro está a fazer internamente no seu Governo? Considera ou não necessário ter um escrutínio interno, ter mecanismos de fiscalização ou ter mecanismos de prevenção para que aquilo que se passou com o seu Governo socialista do passado, de que foi 'número dois' no início, não aconteça agora também", questionou.

O primeiro-ministro começou por responder desconhecer que tenha ocorrido com qualquer membro do actual Governo alguma situação como a que alegadamente envolve membros do anterior executivo PS, liderado por José Sócrates, e recusou ter uma "suspeição generalizada sobre todos os seres humanos".

António Costa ainda acrescentou, mais à frente, que espera que quem ocupou aquele Ministério posteriormente tenha apresentado às autoridades quaisquer indícios de irregularidades, tal como ele próprio chegou a fazer no passado.

Assunção Cristas respondeu que, "quem sucedeu a Manuel Pinho foi Vieira da Silva", distanciando-se assim de qualquer referência indirecta aos ministros da Economia da era Passos/Portas: o independente Álvaro Santos Pereira e o centrista António Pires de Lima.

A líder do CDS-PP questionou ainda o primeiro-ministro sobre a preparação da época crítica de incêndios, nomeadamente a prontidão dos meios aéreos, e também acerca do "garrote" que o Ministério das Finanças impõe ao Ministério da Saúde.
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