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Reunião no Infarmed. "A covid-19 está, objetivamente, endémica"

Peritos avaliam alívio de medidas restritivas numa altura em que o número de casos tem vindo a descer. Pico da quinta vaga foi a 28 de janeiro e mortalidade deverá diminuir na próxima semana.

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Ao Minuto Atualizado 16 fev 2022
16 fev 2022 16 de fevereiro de 2022 às 11:23

Marcelo agradece a especialistas após "dois anos muito intensos"

O Presidente da República fechou a reunião no Infarmed, à distância, agradecendo a toda a equipa de especialistas que ajudou o poder político a tomar decisões.

"
Quero agradecer a todos quantos praticamente durante dois anos contribuíram diretamente, ou por videoconferência, com o seu saber para o aconselhamento de decisões políticas", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa numa referência a "dois anos muito intensos, muito complexos" e com variações mais ou menos previsíveis, num momento simbólico.

Num agradecimento final, Marcelo cumprimentou a ministra da Saúde, Marta Temido, e a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, pelo "esforço de equipa difícil, aturado, devotado e importante".

16 fev 2022 16 de fevereiro de 2022 às 11:19

Portugal está no "momento ideal" para aliviar restrições

A pneumologista Raquel Duarte, da ARS Norte e do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, apresenta agora as "recomendações para a gestão da covid-19", referindo que Portugal é dos países com menos medidas restritivas no mundo.

"Houve, numa fase inicial, o encerramento de escolas, mas a atividade das escolas e laboral, até mesmo as atividades pública, Portugal é dos países com menos medidas restritivas", afirmou, apontando que o maior "fator de perigo" é a baixa cobertura vacinal global, que aumenta o risco de surgimento de novas variantes.

A especialista entende que Portugal está agora em posição de "aliviar medidas, mantendo a monitorização", propondo que o país passe ao nível 1 de gravidade onde não há limitações, mesmo no acesso a discotecas ou bares, e em que o certificado digital é utilizado em contexto de saúde ocupacional, caminhando para "uma situação de normalidade".

A máscara continuaria a ser obrigatória em transportes públicos, locais fechados públicos, serviços de saúde e locais com grande densidade populacional. Num nível abaixo, o 0, a máscara não será obrigatória e apenas recomendada para quem tem sintomas. Raquel Duarte considera que Portugal está agora no "momento ideal" para avançar para o nível 1, mas que poderá chegar ao nível 0 depois de "avaliações quinzenais", dependendo da mortalidade e da hospitalização em cuidados intensivos.

A especialista aponta como metas uma mortalidade inferior a 20 óbitos por milhão de habitantes e para menos de 170 internamentos em UCI.

16 fev 2022 16 de fevereiro de 2022 às 10:59

"As pandemias não duram eternamente": Especialista aponta que covid-19 está "endémica"

Fala agora o investigador Henrique Barros, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, lembrando que "as pandemias não duram eternamente", referindo que estas mudam, seja porque "o agente infeccioso desaparece ou passa a ficar presente nas populações em intensidades variadas e num novo ciclo de infeção".

"Há muito que o vírus estava para ficar, estava a endemizar. O problema é a forma como lidamos com isto e em que medida nos sentimos seguros deste percurso", refere o especialista, apontando para uma "aproximação de sazonalidade" do vírus da covid-19 através de medidas restritivas e iniciativas como a vacinação que foram aproximando a população deste cenário.

Henrique Barros afirma mesmo que "a covid-19 está, objetivamente, endémica", depois de fazer uma comparação da gravidade da doença ao longo do tempo devido à evolução do número de casos, internamentos e mortes provocadas pela pandemia.

Ainda assim, isto não significa que a doença deixe de ser grave: "A malária é endémica, a tuberculose é uma doença endémica e é grave", explicando que a endemicidade está associada à "circulação do agente e não à gravidade".

16 fev 2022 16 de fevereiro de 2022 às 10:46

Covid-19 deve ser vigiada como outros vírus respiratórios

Ana Paula Rodrigues, do INSA, sugere que o vírus seja acompanhado através do Sistema de Vigilância de Doenças Respiratórias, a criar, e do Sistema de Vigilância de Doenças Agudas, numa vigilância semelhante à da gripe. "É possível uma sazonalidade no SARS-CoV-2", afirmou, devido ao surgimento de novas variantes e de uma "variação do nível de imunidade populacional, fruto do decaimento da imunidade conferida pela vacina e pela infeção".
"Aquilo que se propõe é que se olhe para o quadro clínico de infeção respiratória de maneira a uniformizar aquilo que vamos observando", explica a perita. O modelo permitirá monitorizar a incidência ao longo do tempo e caracterizar outros vírus respiratórios. 

16 fev 2022 16 de fevereiro de 2022 às 10:32

Sem novas doses de reforço, INSA prevê vaga de covid-19 em setembro

O epidemiologista do INSA Baltazar Nunes deixou, na sua apresentação, uma comparação entre as ondas pandémicas de 2020, 2021 e 2022, referindo que a taxa de mortalidade "está ao nível de outros invernos" e que a tendência é de que, dentro de dois meses, a incidência da covid-19 seja de 60 casos por 100 mil habitantes. 


Sobre o impacto da variante Ómicron, Baltazar Nunes refere que o número de internamentos ficou abaixo da previsão mais optimista que o INSA tinha traçado para esta onda pandémica, sendo quase três vezes menor em relação ao observado no mesmo período do ano passado.


O especialista prevê ainda uma nova onda epidémica, entre setembro e dezembro deste ano, num cenário sem medidas de mitigação, ou seja, sem um reforço vacinal para além daquele que já existe.

16 fev 2022 16 de fevereiro de 2022 às 10:21

Pico da quinta vaga foi a 28 de janeiro. Mortalidade deverá diminuir na próxima semana

O especialista em saúde pública da DGS Pedro Pinto Leite inicia a caracterização epidemiológica da covid-19 em Portugal, com base nos dados até ao dia 13 de fevereiro, referindo que o país encontra-se numa "situação epidemiológica favorável".

Segundo o mesmo, Portugal passou por "cinco grandes ondas epidémicas", com a última, aquela que o país atravessa agora, a ter registado o seu pico a 28 de janeiro. Pedro Pinto Leite destaca que a incidência reduziu e tem tendência decrescente, enquanto os internamentos estabilizaram e a ocupação em UCI apresenta uma tendência também decrescente.

A mortalidade, embora elevada, mantém-se "estável" e a DGS espera que a diminuição da incidência da covid-19 nos grupos etários mais velhos se traduza numa diminuição da mortalidade já na próxima semana. 

16 fev 2022 16 de fevereiro de 2022 às 10:15

Apresentação será dividida em quatro partes

A ministra da Saúde inicia a reunião apresentando os temas da reunião no Infarmed: 

- uma "caracterização da situação epidemiológica" da covid-19 em Portugal, apresentada pelo especialista em saúde pública da DGS Pedro Pinto Leite e pelo epidemiologista do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) Baltazar Nunes;

- a "vigilância na fase de recuperação da pandemia", pela investigadora Ana Paula Rodrigues, do INSA;

- uma análise à evolução para uma fase de endemia, pelo investigador Henrique Barros, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto;

- recomendações para a "gestão da covid-19, pela pneumologista Raquel Duarte, da ARS Norte e do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto;

16 fev 2022 16 de fevereiro de 2022 às 10:03

Uma reunião entre especialistas e peritos para "uma nova fase"

Especialistas e responsáveis políticos voltam a reunir-se esta quarta-feira no Infarmed, em Lisboa, para avaliar a situação epidemiológica da covid-19 em Portugal. Numa altura em que o número de casos desce e em que mais de 90% da população adulta tem vacinação completa, estão em cima da mesa o alívio de restrições da pandemia.

Na segunda-feira, o Presidente da República apontou que a reunião passa por "fazer o ponto da situação" e que "algumas das medidas já são conhecidas", naquela que representará "uma nova fase em termos da transição da pandemia para a endemia". Quanto à situação da covid-19 em Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa assinalou que tem havido "uma diminuição do número de casos, progressiva e sustentada" e também "uma diminuição do número de internamentos, nomeadamente em cuidados intensivos, e do número de mortos".

Também na segunda-feira, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerca Sales considerou que é de esperar "alívio nas restrições" impostas pela pandemia de covid-19, mas ressalvou que esse alívio será "progressivo, gradual, cauteloso".

O pico de casos em Portugal terá sido alcançado há cerca de duas semanas, com os dados da Direção-Geral da Saúde (DGS) a apontarem para um índice de transmissibilidade (Rt) do coronavírus SARS-CoV-2 nos 0,81 e a incidência nos 4989,6 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.

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