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Cotrim acredita que irá a uma segunda volta em caminho que "só acaba em Belém"

Lusa 02 de novembro de 2025 às 13:07
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Cotrim disse saber que "há quem diga" que a sua candidatura "é impossível", que já há "muitas candidaturas ou quem o "subestime".

O candidato presidencial João Cotrim de Figueiredo manifestou hoje confiança de que irá surpreender e seguir para uma segunda volta, assumindo-se como uma figura independente que não está "preso a lógicas partidárias" ou interesses.

Cotrim de Figueiredo confiante na segunda volta para Belém
Cotrim de Figueiredo confiante na segunda volta para Belém ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

"A primeira e principal mensagem que quero deixar aqui hoje é dizer com toda a clareza: eu vou à segunda volta. É contra muitos que não acreditam, mas eu acredito, vocês acreditam e isso é o essencial para começar este caminho que só acaba no Palácio de Belém", considerou Cotrim.

O eurodeputado e antigo líder da Iniciativa Liberal falava na apresentação oficial da sua candidatura às eleições presidenciais de 18 de janeiro, que decorreu no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

Dirigindo-se diretamente aos seus adversários na corrida "para que eles percebam bem", Cotrim disse não estar "preso a lógicas partidárias", a interesses "mais ou menos instalados", "a aparelhos, a cálculos eleitorais, nem a organizações discretas ou secretas".

"Querem mais independência do que esta", questionou.

Cotrim disse saber que "há quem diga" que a sua candidatura "é impossível", que já há "muitas candidaturas ou quem o "subestime".

"E bem sei que há depois aqueles tristes sempre que dizem simplesmente que não dá. Mas se há uma coisa que aprendi na vida, são que as coisas que os tristes do costume dizem que não dão, são exatamente as que vale a pena tentar fazer com que deem", argumentou.

Considerando que se está a gerar uma "vaga de fundo" à volta da sua candidatura, Cotrim disse acreditar que irá surpreender aqueles que "estão presos à preguiça dos rótulos, das sondagens, das narrativas, de olhar para a política sempre da mesma maneira".

"A preguiça de não querer ver é a forma mais triste de cegueira", lamentou.

Olhando para "o leque de candidatos", Cotrim considerou que é "o único candidato da esperança, do inconformismo, da energia e do futuro" porque, para si, ser Presidente da República "não é um prémio de carreira", confessando que já fez "melhor".

"Para mim ser Presidente da República não é continuar as funções de comentador. Nunca tive. Para mim ser Presidente da República não é para ganhar mais tempo de antena para borrar nas televisões. Não é o meu estilo", atirou.

Para João Cotrim de Figueiredo, desempenhar as funções de chefe de Estado "é assumir o mais alto cargo da nação para, com a energia e com os olhos postos no futuro, servir Portugal, servir os portugueses".

Como "candidato livre", o liberal disse não ter medo de "enfrentar os poderosos da economia ou dos média, mesmo quando eles ameaçam retaliar", "falar a verdade, mesmo quando ela dói" ou fazer "escolhas difíceis".

"Há quem fuja dessas escolhas difíceis, preferindo vender de ilusões, promessas fáceis, mentiras confortáveis, enganar as pessoas manipulando vergonhosamente as suas emoções mais básicas. Eu não. Eu prefiro dizer a verdade e perder do que ganhar a mentir", afirmou.

Perante uma sala cheia, com cerca de duas centenas de apoiantes e à frente do slogan de campanha -- "Imagina Portugal"-  Cotrim assumiu como prioridades de um eventual mandato o que designou como "3 C's" para construir um país "preparado para o futuro": "cultura, conhecimento e crescimento".

"A Cultura tem que vir primeiro porque um povo que esquece quem é não sabe para onde vai e um que não renova a sua cultura não vai a lado nenhum", considerou o liberal, defendendo uma cultura "forte e dinâmica" que "integre bem os que escolhem" viver no país "dentro das regras e limites definidos da lei".

Cotrim salientou que "um povo só saberá para onde quer ir se produzir conhecimento" e prosseguiu para o eixo do crescimento para argumentar que "sem riqueza não há liberdade duradoura".

O candidato disse estar preocupado com o atual estado de setores como a saúde, a educação ou a habitação, e realçou que só através do crescimento "se cumprirá o contrato social e não se frustrarão as legítimas expectativas de tantos portugueses", estancando "o desencanto com a política".

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