A corticeira de Santa Maria da Feira que em Setembro motivou vários protestos contra o alegado assédio moral a que sujeitaria uma trabalhadora reintegrada por ordem judicial foi autuada em 31.000 euros.
A corticeira de Santa Maria da Feira que em Setembro motivou vários protestos contra o alegado assédio moral a que sujeitaria uma trabalhadora reintegrada por ordem judicial foi autuada em 31.000 euros, revelou esta segunda-feira o sindicato do setor.
Em causa está a empresa Fernando Couto Cortiças S.A e a situação da funcionária Cristina Tavares, que desde Maio aguardava a sua reintegração no posto laboral que vinha ocupando antes de interpor um processo contra a sua entidade patronal e que entretanto ficou a realizar o que o Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte (SOCN) e a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) classificaram de "trabalho improdutivo" e "humilhante", sob "tortura psicológica".
"Agora a Autoridade para as Condições do Trabalho [ACT] vem dar-nos razão e autuou a empresa em 31.000 euros, dando como provados todos os factos que denunciámos e ainda outros que foram identificados na primeira inspeção à empresa", disse à Lusa o dirigente do SOCN, Alírio Martins.
O mesmo sindicalista realçou dois outros aspectos relativos ao mesmo processo: que "não é habitual verem-se coimas deste valor", mesmos considerando que essas "são proporcionais ao volume de negócios das empresas", e que entretanto a corticeira acusada "ainda pode receber outras três coimas deste género", considerando que "a ACT fez quatro inspecções à fábrica desde maio".
Alírio Martins notou ainda que, estando o sindicato constituído como assistente no processo, pôde aceder ao relatório da inspecção e viu aí reconhecido que a ACT "constatou uma degradação do estado de saúde da Cristina Tavares em consequência desta situação" - em que um dos aspectos mais contestado nos protestos de Setembro era o facto de a trabalhadora ser obrigada, "por ‘castigo', a carregar e descarregar uma palete com os mesmos sacos todos os dias".
Contactado pela Lusa, o director financeiro da Fernando Couto Cortiças S.A. disse que a empresa "vai recorrer da decisão da ACT", que acusa de estar a ser "manipulada pela CGTP".
Vítor Martins não quis desenvolver o assunto, mas afirmou: "Temos o direito de impugnar este resultado e é o que vamos fazer, porque não nos conformamos com esta situação".
Não se mostrando surpreendido com a decisão da corticeira, o SOCN recorda, no entanto, que, "além do processo relativo às inspecções da ACT, o mesmo caso também seguiu para o Ministério Público", estando a correr os devidos trâmites.
Corticeira autuada em 31.000 euros após queixa de assédio moral a trabalhadora
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Talvez não a 3.ª Guerra Mundial como a história nos conta, mas uma guerra diferente. Medo e destruição ainda existem, mas a mobilização total deu lugar a batalhas invisíveis: ciberataques, desinformação e controlo das redes.
Ricardo olhou para o desenho da filha. "Lara, não te sentes confusa por teres famílias diferentes?" "Não, pai. É como ter duas equipas de futebol favoritas. Posso gostar das duas."