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Coronavírus. Bispo do Porto muda de ideias e cancela missa pelo Papa

12 de março de 2020 às 20:58
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Horas antes, Manuel Linda assumia que só cancelava a missa em caso de "intervenção do Estado".

Obispo do Portocancelou hoje a missa comemorativa dos sete anos da eleição do Papa Francisco, agendada para sexta-feira, devido à "gravidade da propagação do coronavírus".

"Para alertar a sociedade civil para a gravidade da propagação do coronavírus decidimos cancelar o Te Deum, previsto para amanhã, dia 13 de março, anualmente promovido pelo Cabido", disse na sua página da rede social Twitter.

Na mensagem, Manuel Linda referiu que "cada um de nós não deixará de rezar individualmente pelas intenções do Papa".

Horas antes, fonte do episcopado assumia que só cancelava a missa em caso de "intervenção do Estado".

O bispo, igualmente no Twitter, manteve hoje durante algum tempo uma troca de mensagens com seguidores que criticaram e contestaram o seu apelo para que, numa fase em que as concentrações são desaconselhadas por força do surto do novo coronavírus, os fiéis se juntem na Sé do Porto para aquela missa.

Nesse diálogo digital, o bispo afirmou não ter "orientações superiores para cancelar aquela celebração".

Na hierarquia da igreja, o bispo responde apenas ao Papa, que o nomeia, pelo que a fonte contactada pela Lusa admitiu que a afirmação de Manuel Linda quando aludiu às "entidades superiores" se referia "às instâncias do Estado, da área da Saúde Pública".

"Tudo aquilo que foi publicado no Twitter é da exclusiva responsabilidade do bispo do Porto", disse a fonte, sublinhando que o evento em causa "está programado há muito tempo e irá acontecer à mesma".

E prosseguiu: "estou convencido de que se viesse a haver alguma informação em contrário saberíamos todos ao mesmo tempo, através da conta Twitter do sr. bispo do Porto".

Em Portugal, a DGS atualizou hoje o número de infetados, que registou o maior aumento num dia (19), ao passar de 59 para 78, dos quais 69 estão internados.

A região Norte continua a ser a que regista o maior número de casos confirmados (44), seguida da Grande Lisboa (23) e das regiões Centro e do Algarve, ambas com cinco casos confirmados da doença.

O boletim divulgado hoje assinala também que há 133 casos a aguardar resultado laboratorial e 4.923 contactos em vigilância, mais 1.857 do que na quarta-feira.

No total, desde o início da epidemia, a DGS registou 637 casos suspeitos.

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