"Intermináveis filas de espera" de cidadãos na Conservatória dos Registos Centrais em Lisboa devem-se às alterações feitas na lei da nacionalidade.
A Conservatória dos Registos Centrais em Lisboa tem mais de cem mil processos pendentes de atribuição de nacionalidade devido à falta de trabalhadores e de meios, denuncia o Sindicato dos Trabalhadores dos Registos e do Notariado (STRN).
Segundo o sindicato, as "intermináveis filas de espera" de cidadãos devem-se às alterações feitas na lei da nacionalidade, "que resultaram em um aumento brutal de pedidos" a juntar à falta de meios humanos e materiais na Conservatória.
Segundo o sindicato, os meios técnicos têm mais de 15 anos e faltam 70 Conservadores e Oficiais.
"Há mais ou menos 20 anos que não entram novos trabalhadores, apesar das saídas, pelas diversas razões, de cerca de 236 Conservadores e 1.449 oficiais, o que desfalcou todas as Conservatórias por todo o país, sendo que a Conservatória dos Registos Centrais não é exceção", refere o sindicato.
Dados fornecidos pelo sindicato indicam que no final de dezembro de 2001 havia 821 conservadores e 5.282 oficiais e que no mesmo período de 2018 houve um decréscimo de funcionários, passando para os 585 conservadores e 3833 oficiais.
Em contrapartida, nos últimos três anos, tem-se registado um aumento do número de processos: em 2016 entraram 98.963 processos e terminaram 91.715, em 2017 deram entrada nas conservatórias 108.194 e foram concluídos 95.300 e o ano passado entraram 124.862 processos e findaram 101.770.
As alterações à lei da nacionalidade alargam o acesso à nacionalidade originária e à naturalização às pessoas nascidas em território português e aos menores é garantida a nacionalidade se pelo menos um dos pais tenha residência em Portugal nos cinco anos anteriores.
O STRN convocou uma greve entre os dias 12 e 17 deste mês e segundo os dados da estrutura sindical a adesão rondou os 80/90 por cento.
Conservatória de Lisboa tem 100 mil processos de nacionalidade pendentes
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O Estado português falha. Os sucessivos governos do país, falham (ainda) mais, numa constante abstração e desnorte, alicerçados em estratégias de efeito superficial, improvisando sem planear.
A chave ainda funcionava perfeitamente. Entraram na cozinha onde tinham tomado milhares de pequenos-almoços, onde tinham discutido problemas dos filhos, onde tinham planeado férias que já pareciam de outras vidas.