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Cavaco Silva, 1985: A mãe de todas as minorias

Maria Henrique Espada
Maria Henrique Espada 20 de março de 2024 às 23:00

Com 29,8%, poucos ministros (13), falta de cinzeiros, muitos políticos imberbes, outros tantos desconhecidos, medidas em catadupa e uma tática clara: ser forçada a sair e nunca se pôr a jeito. Marques Mendes, Santana Lopes e Durão Barroso partilhavam um corredor. Marcelo entrevistou Cavaco. E quem caiu foi a oposição.

Quando Arlindo Cunha entrou para o Governo, numa minirremodelação de secretários de Estado, em maio de 1986, já o Executivo eleito com 29,8% dos votos levava mais de seis meses, mas não ganhara grande esperança de vida. Assim, o futuro secretário de Estado do Desenvolvimento Agrário ainda pôde enganar a mulher dizendo-lhe que não se preocupasse, porque “iam ser três meses, no máximo seis, depois vinha-me embora com um chuto no traseiro”. Esse parece ser o mistério: o Governo que, todos o previam, cairia na próxima esquina política, aguentou mais de ano e meio (de novembro de 1985 a abril de 1987) e gerou a seguir uma maioria absoluta do mesmo partido. E, como comenta um dos seus ministros, Luís Mira Amaral, com uma risada irónica, “afinal ainda deixa boas recordações” – a atual minoria da AD, eleita com 29,5%, tem feito saber que o seu modelo de ação pode ser o de 1985, há 39 anos.

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