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Leonor Beleza: “Sentia aquelas discriminações na pele”

Bruno Faria Lopes
Bruno Faria Lopes 23 de abril de 2024 às 23:00

Leonor Beleza tinha 28 anos quando trabalhou, em 1976, na comissão de peritos que reviu as leis ultraconservadoras sobre a família, que afetavam as mulheres e os filhos ilegítimos. “Foi um privilégio”, conta.

A comissão que ia desmantelar as regras ultraconservadoras do casamento e da sucessão arrancara há pouco tempo quando o ministro da Justiça, Pinheiro Farinha, tentou uma alteração sem aviso prévio. “Nomeou uma pessoa, certamente por indicação ou pressão da Igreja Católica, que apareceu numa reunião”, conta Leonor Beleza, que integrou a comissão entre 1976 e 1977. A tentativa de influenciar os trabalhos foi travada de imediato pela líder da comissão, Isabel Magalhães Colaço, a primeira mulher a doutorar-se em Direito em Portugal, em 1954. “A professora Magalhães Colaço entendeu que aquilo não seria adequado e essa pessoa desapareceu da comissão, foi um episódio de um dia”, relembra Beleza.

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