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Caso Lemos Esteves: Fake news de anónimos paralisaram MP

Alexandre R. Malhado
Alexandre R. Malhado 17 de setembro de 2023 às 18:00

O conspiracionista admitiu em tribunal inventar factos sobre Pacheco Pereira. Sites de notícias falsas publicaram-nos, mas o Ministério Público não conseguiu investigá-los.

A 9 janeiro de 2021, um então cronista do jornalSolacusava o historiador José Pacheco Pereira de ser "uma espécie de consultor especial do embaixador do Irão em Portugal" com "potencial envolvimento com organizações terroristas". Intitulada Pacheco Pereira, o Ayatollinho que apela ao antissemitismo (what a nasty man!), a crónica do conspiracionista João Lemos Esteves acabou por ser retirada do site do semanário, com um pedido de desculpas vago do próprio, mas acabou amplificada noutros sites obscuros de fake newsligadas ao autor do texto. Dois anos após José Pacheco Pereira apresentar queixa, o processo terminou com Lemos Esteves a admitir em tribunal que inventou o que publicou noSole a acordar pagar 10 mil euros de indemnização ao historiador em dois anos. Sendo um dos primeiros casos judiciais defake newsem Portugal, refletia uma teia mais vasta de desinformação, que o Ministério Público não conseguiu investigar por estar sediada no estrangeiro, em países com quadros jurídicos distintos para este tipo de crimes.

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