Sábado – Pense por si

Carneiro acusa Governo de estar a falhar no combate à pobreza e desigualdade

Lusa 22 de julho de 2025 às 20:32
As mais lidas

Segundo o líder do PS, "não são conhecidas medidas relativas à implementação dessa agenda" por parte do Governo liderado por Luís Montenegro.

O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, acusou hoje o Governo de estar a falhar no combate à pobreza e desigualdade, criticando a "desgraduação política" desta prioridade e a ausência de medidas.

ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

"A agenda de combate à pobreza e às desigualdades tem de estar na prioridade política do nosso país e é muito importante que se mobilizem não apenas os responsáveis com funções políticas e partidárias, mas que toda a sociedade civil possa estar mobilizada para o mesmo objetivo", disse José Luís Carneiro aos jornalistas após uma audiência com o patriarca de Lisboa, Rui Valério, na qual esteve acompanhado pela candidata do PS à Câmara de Lisboa, Alexandra Leitão.

Questionado sobre se entendia que o Governo estava a falhar nesta matéria, o secretário-geral do PS anuiu.

"Aquilo que eu quero dizer é que no Governo anterior, a pobreza e a desigualdade, e essa agenda estava ao nível da ministra da Presidência e, portanto, estava no coração do Governo. Atualmente está numa Secretaria de Estado, o que mostra, portanto, desde logo uma desgraduação política e institucional dessa prioridade", respondeu.

Segundo o líder do PS, "não são conhecidas medidas relativas à implementação dessa agenda" por parte do Governo.

"Ora, nós não podemos, de forma alguma, deixar cair essa agenda de combater a pobreza e as desigualdades porque ela foi o resultado da participação de muitas instituições da sociedade civil que contribuíram para a definição das prioridades de combate à pobreza e às desigualdades", apontou.

José Luís Carneiro referiu que, na audiência com o patriarca de Lisboa, foram abordadas as "questões de habitação de emergência para pessoas que vivem em especial situação de vulnerabilidade, os sem-abrigo e também pessoas idosas com grave escassez alimentar e de rendimentos".

"Cerca de 10% dos nossos trabalhadores continuam em circunstâncias de pobreza, o que mostra portanto bem a prioridade que deve ser colocada na valorização dos salários, por um lado, e por outro lado na valorização das denominadas pensões mínimas", apontou.

O secretário-geral do PS escusou-se a responder a outras perguntas de atualidade justificando querer focar-se no tema da reunião.

À pergunta sobre as alterações à disciplina de Cidadania, sobre a qual a deputada do PS Mariana Vieira da Silva disse tratar-se de um retrocesso de quatro décadas na educação sexual, Carneiro disse apenas: "está dito e está bem dito".

Antes, Alexandra Leitão apontou o "papel fundamental" da Igreja Católica no apoio a pessoas em situação de vulnerabilidade, seja por razões de habitação, ação social ou pessoas em situação de sem-abrigo.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Justa Causa

A glória da impunidade

Abrem-se inquéritos, anunciam-se auditorias, multiplicam-se declarações de pesar e decreta-se luto nacional. Mas os dirigentes continuam nos seus cargos, os responsáveis políticos limitam-se a transmitir solidariedade às famílias e a responsabilização dissolve-se.

Visto de Bruxelas

Ucrânia: um espírito não quebra

É duro visitar um cemitério de guerra com jovens rapazes ucranianos que estão próximos de completar as idades com a quais ou não podem sair da Ucrânia (a partir dos 23 anos – entre os 18 e os 22 anos podem agora ausentar-se do país), ou podem vir a ser chamados a defender o seu país (a partir dos 25 anos).