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ANTRAM não volta a comentar negociações com motoristas

09 de maio de 2019 às 07:56
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A associação das empresas transportadores de mercadorias afirma que o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas teve "uma clara mudança de postura".

A associação das empresas transportadores de mercadorias afirma que não vai comentar mais as negociações com o sindicato dos motoristas de matérias perigosas, depois de na quarta-feira ter dito que o sindicato teve "uma clara mudança de postura".

Num comunicado divulgado na quarta-feira à noite, a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) diz que "não teve o intuito de obstaculizar ou prejudicar as negociações que estão a decorrer com este sindicato num clima de boa-fé negocial".

"A ANTRAM apenas voltará a comunicar sobre a proposta que lhe foi apresentada, de forma presencial, aos seus associados, nas reuniões que irão decorrer já na próxima semana, bem como ao SNMMP [Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas] nas reuniões que vierem a ter lugar posteriormente", adianta.

A associação tinha assinalado na quarta-feira à tarde que o sindicato teve uma "clara mudança de postura", após a ANTRAM ter apresentado uma contraproposta de 700 euros de salário-base, inferior aos 1.200 reivindicados inicialmente por estes trabalhadores, considerando que para essa mudança "não foram alheios os argumentos da ANTRAM apresentados ao longo dos últimos contactos".

Horas depois, o vice-presidente do sindicato, Pedro Pardal Henriques, anunciou, em declarações à RTP, uma nova greve com efeitos a partir do dia 23 de maio, acusando a ANTRAM de ter violado "os princípios da boa-fé negocial".

Na terça-feira, após uma ronda negocial, a ANTRAM tinha anunciado que a associação patronal e o sindicato tinham acordado um pacto de paz social pelo prazo de 30 dias

No comunicado emitido na quarta à noite, a ANTRAM esclarece que divulgou aos associados "pontos relevantes da proposta" apresentada pelo sindicato "para evitar um escalar de dúvidas e consequente agitação nas empresas".

A associação declara-se ainda "totalmente empenhada em dar continuidade ao bom clima negocial".

O caderno reivindicativo dos motoristas incluía, além de uma remuneração base de 1.200 euros, um subsídio de 240 euros e a redução da idade de reforma.

O Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas foi criado no final de 2018 e tornou-se conhecido com a greve iniciada no dia 15 de abril, que levou o Governo a decretar uma requisição civil e, posteriormente, a convidar as partes a sentarem-se à mesa de negociações.

A arbitragem do executivo fez com que representantes sindicais e empresariais chegassem a acordo, no dia 18, definindo um calendário para o início das negociações, sendo a paralisação desconvocada de imediato.

Durante os três dias de paralisação o sindicato conseguiu mais 200 membros, que são agora mais de 700, num universo de cerca 900.

APN (PE/RRA) // SR

Lusa/Fim

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