O presidente da Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, mostrou-se preocupado com "o futuro". "Enquanto a dívida pública se mantiver elevada o crescimento da economia portuguesa será mais difícil", disse
O presidente da CIP - Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, afirmou esta quinta-feira que enquanto a dívida pública se mantiver elevada o crescimento da economia portuguesa será mais difícil, mas excluiu o recurso a um perdão da dívida.
"Reconhecemos que enquanto a dívida pública se mantiver elevada o crescimento económico [de Portugal] será mais difícil. Temos de aliviar o pesado fardo que o serviço da dívida tem, mas a solução não passará por perdão da dívida ou por pedidos unilaterais por parte de Portugal", disse António Saraiva na Conferência "Moldar o Futuro -- O imperativo de Portugal" que decorre no Centro de Congressos, em Lisboa.
Para líder da CIP, o recurso a este tipo de medida "seria contraproducente" porque "elevaria o prémio de risco exigido pelos mercados" e nesse sentido " fragilizaria ainda mais os bancos nacionais".
António Saraiva partilha a posição de economistas que entendem que "a solução passará por uma reestruturação que aconteça pela positiva num contexto de mercado e resultante de políticas económicas que se traduzam em maior crescimento".
O presidente da CIP disse também que o diagnóstico sobre a situação economia portuguesa "é hoje praticamente consensual".
"Os problemas com que a economia portuguesa se confronta, nomeadamente o desemprego e o endividamento público e privado, só poderão ser ultrapassados se criarmos as condições necessárias a uma significativa melhoria da competitividade que permita atingir taxas de anuais de crescimento económico superiores a 3%", salientou.
Para o dirigente empresarial, só "o regresso à rota da convergência real com os parceiros da União Europeia" poderá garantir a prazo a prosperidade da economia portuguesa.
A CIP entende que Portugal tem alternado entre a recessão e crescimento anémico e que a actividade económica no país está em níveis comparáveis aos de 2004, "longe de ter recuperado plenamente da crise".
"Apesar dos mais de 460 mil postos de trabalho criados pelas empresas portuguesas em termos líquidos desde o início de 2013, o emprego total em Portugal está [ainda] em números significativamente inferiores aos de antes da crise", advertiu.
No entanto, António Saraiva reconheceu que "é certo que os resultados macroeconómicos dos dois últimos trimestres surpreenderam-nos".
Também os números relativos ao emprego dão conta da recuperação do mercado de trabalho, mas confrontados com o crescimento de economias como a Irlanda e a Espanha e aquilo que se prevê que os antigos países da Europa de leste crescerão, a CIP entende que Portugal terá de registar um crescimento mais elevado nos próximos anos.
Os níveis da dívida pública estão segundo a CIP a limitar um crescimento mais elevado, porque coloca constrangimentos à condução de uma política orçamental mais favorável ao crescimento e avoluma as pressões nos mercados financeiros internacionais que se reflectem nas taxas de juro e tornam o acesso ao crédito mais difícil.
A Conferência "Moldar o Futuro - O Imperativo do Crescimento" realiza-se no âmbito da eleição de António Saraiva para um terceiro mandato como presidente da CIP para o triénio 2017-2019.
António Saraiva: "Será mais difícil a economia crescer enquanto dívida estiver elevada"
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