A propósito da situação epidemiológica, a ex-eurodeputada do Partido Socialista (PS) e atual candidata à presidência da República voltou a criticar a "banalização do estado de emergência", defendendo em alternativa a criação de uma lei de emergência sanitária.
A candidata presidencial Ana Gomes admitiu falta de medidas para umas eleições em plena pandemia da covid-19, enquanto Vitorino Silva defendeu que a ida às urnas deveria ter sido adiada, num debate em que os dois pouco divergiram.
No frente a frente da RTP3, transmitido na noite de quarta-feira, o candidato apoiado pelo partido Reagir, Incluir, Reciclar (RIR), criticou a data escolhida para a realização das eleições presidenciais, em 24 de janeiro, justificando que a escalada da situação epidemiológica era previsível.
O tema da realização de umas eleições presidenciais num contexto anormal como o da atual pandemia foi lançado pelo próprio Vitorino Silva quando se debatia a resposta do Governo à covid-19 e a renovação do estado de emergência, aprovada pelo parlamento nesse dia.
Sem concordar com o adiamento, Ana Gomes, por sua vez, admitiu que não foram criadas todas as condições necessárias para facilitar a ida às urnas nestas condições.
"Teria gostado que houvesse outras medidas mais de fundo que tivessem sido adotadas há mais tempo para, por exemplo, facilitar o voto por correspondência dos nossos imigrantes, que muitos deles estão em diversos países impossibilitados de exercer o seu direito", explicou a candidata.
A propósito da situação epidemiológica, a ex-eurodeputada do Partido Socialista (PS) e atual candidata à presidência da República voltou a criticar a "banalização do estado de emergência", defendendo em alternativa a criação de uma lei de emergência sanitária.
Já Vitorino Silva defendeu restrições mais duras e ,recordando os mais de 10 mil novos casos de covid-19 registados na quarta-feira, acrescentou: "Faz sentido que se fechem as pessoas todas em casa e no dia 24 estejamos todos em casa e que não haja eleições"
Além da pandemia, os dois candidatos discutiram temas como a "bazuca" europeia, a descentralização e até a igualdade de género, mas no geral Ana Gomes e Vitorino Silva divergiram pouco, sendo que a "geringonça" foi o principal ponto de discórdia.
Sobre a solução política encontrada depois das eleições legislativas de 2015, Vitorino Silva contou que, logo na altura, previu que o mesmo se fosse repetir mais tarde à direita, referindo-se aos resultados das regionais dos Açores, e afirmou que isso cria a ideia de que "é tudo farelo do mesmo saco".
Ana Gomes, por sua vez, reiterou uma posição já conhecida, considerando que a "geringonça demonstrou que havia alternativa", e referiu também que os fundos europeus, sobre os quais o adversário já tinha manifestado algum ceticismo, constituem igualmente uma oportunidade.
"O desafio é de nos reorganizarmos para aplicarmos devidamente esses fundos", defendeu, afirmando também que "há uma oportunidade de viragem se nos soubermos reorganizar".
Essa reorganização passa por uma "gestão de proximidade", acrescentou a candidata, defendendo a descentralização como uma solução para as dissimetrias de desenvolvimento no país.
Sobre esse tema, Vitorino Silva disse que se fosse Presidente da República "mudava o Palácio de Belém, por exemplo, para Mogadouro".
Já no final do debate, o candidato apoiado pelo RIR elegeu o combate à violência doméstica como a sua "grande causa" e Ana Gomes aproveitou a deixa afirmando que essa é "justamente uma das questões em que uma mulher na presidência da República vai fazer uma grande diferença".
Além de Marisa Matias e de Vitorino Silva, também são candidatos à Presidência da República o atual chefe de Estado Marcelo Rebelo de Sousa, Ana Gomes, André Ventura, Tiago Mayan Gonçalves e João Ferreira.
As eleições presidenciais estão agendadas para 24 de janeiro.
Ana Gomes e Vitorino Silva apontam falta de medidas para eleições em pandemia
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