Sábado – Pense por si

A ausência "gritante" de Pedro Nuno Santos forçou o assunto da sucessão de Costa

Alexandre R. Malhado
Alexandre R. Malhado 28 de agosto de 2021 às 13:15

O único protocandidato à liderança do PS que não está alinhado com o primeiro-ministro conseguiu ser o assunto da manhã do congresso apenas... ausentando-se.  

Quando os membros da mesa de congresso do PS foram chamados, uma ausência foi gritante. Ao ser invocado, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, um dos quatro "protocandidatos" à liderança do Partido Socialista, não subiu ao palanque, não assistiu ao início do congresso (que arrancou com uma homenagem aos líderes socialistas), nem estava no recinto do Portimão Arena. À mesa, os restantes potenciais sucessores do secretário-geral António Costa estavam presentes e no seu lugar: Mariana Vieira da Silva, Ana Catarina Mendes e Fernando Medina. Na reunião magna socialista, ninguém quer falar sobre a sucessão de António Costa na liderança do Partido Socialista — mas em surdina não se fala de outra coisa. E mesmo não tendo qualquer discurso previsto para este congresso, Pedro Nuno Santos — o único possível candidato à liderança do PS não alinhado com o primeiro-ministro —conseguiu ser assunto apenas... ausentando-se.  

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais
A lagartixa e o jacaré

Dez observações sobre a greve geral

Fazer uma greve geral tem no sector privado uma grande dificuldade, o medo. Medo de passar a ser olhado como “comunista”, o medo de retaliações, o medo de perder o emprego à primeira oportunidade. Quem disser que este não é o factor principal contra o alargamento da greve ao sector privado, não conhece o sector privado.

Adeus, América

Há alturas na vida de uma pessoa em que não vale a pena esperar mais por algo que se desejou muito, mas nunca veio. Na vida dos povos é um pouco assim também. Chegou o momento de nós, europeus, percebermos que é preciso dizer "adeus" à América. A esta América de Trump, claro. Sim, continua a haver uma América boa, cosmopolita, que gosta da democracia liberal, que compreende a vantagem da ligação à UE. Sucede que não sabemos se essa América certa (e, essa sim, grande e forte) vai voltar. Esperem o pior. Porque é provável que o pior esteja a chegar.